São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997 |
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Curador inglês seleciona também para Sydney
CELSO FIORAVANTE
Além de ser o curador-chefe da galeria Serpentine há dois anos, Watkins foi indicado como curador da próxima bienal de Sydney, na Austrália, no próximo ano. Com Watkins, a arte brasileira não corre o risco de ser novamente injustiçada. Na última edição do evento, nenhum brasileiro foi selecionado. "É totalmente certo que pelo menos um brasileiro será escolhido", disse Watkins à Folha. * Folha - Você está no Brasil trabalhando para a Serpentine Gallery ou para a bienal de Sydney? Jonathan Watkins - Para as duas. Estamos pensando em fazer uma exposição individual com um artista brasileiro em Londres, no final do ano. Também estou visitando alguns países para a bienal de Sydney e é totalmente certo que pelo menos um artista brasileiro será escolhido. Folha - A bienal de Sydney tem um tema? Quando ela acontece? Watkins - Provavelmente será inaugurada em setembro do próximo ano. Mas ainda é muito cedo para falar no tema. Estou procurando trabalhos que não sejam "teatrais", que tenham um tipo de simplicidade constrangedora, muito direta e nada pretensiosa ou complicada. Ainda não existe um tema a ser revelado, apenas uma teoria que deverá ser provada pelas evidências. Tenho que ver o que está acontecendo nos lugares para ter certeza de que não estou interpretando mal a arte contemporânea. Não vai ser o caso de eu sair pelo mundo tentando ilustrar a minha teoria. Quero saber o que os artistas estão fazendo para não compreendê-los mal. Folha - A edição passada da bienal de Sydney não apresentou nenhum artista brasileiro... Watkins - Esta vai ser a oportunidade de a Austrália ver muitos artistas brasileiros interessantes. Folha - O que você conhece de arte brasileira? Watkins - Conheci alguns artistas em mostras em Londres e em grandes eventos, como a Documenta. Waltercio Caldas, Tunga, Jac Leirner, Ivo Mesquita... Para falar a verdade, a primeira exposição que curei, na Chisenhale Gallery, era de uma artista brasileira não conhecida por aqui. Seu nome é Lúcia Nogueira e ela vive em Londres. Folha - O que lhe interessa na arte brasileira? Watkins - Existe uma grande variedade aqui, mas eu estou interessado em coisas muito particulares. É possível sentir aqui uma grande vitalidade. Não são formalistas, não são acadêmicos, não são contaminados por uma identidade nacional. Os artistas são muito abertos, generosos e agradáveis. (CF) Texto Anterior: Ingleses invadem o Brasil atrás de arte contemporânea Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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