São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 1997
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Esclarecimento; Rádios comunitárias; Indignação; Omissão; Sugestão; Monopólio neobobista

Esclarecimento
"Com referência à reportagem 'Governo poderá ter propaganda unificada' (14/4), venho esclarecer o seguinte: jamais afirmei que 'a associação (de agências) também poderia começar a negociar em bloco a compra de espaço publicitário para campanhas governamentais'.
O governo federal, juntamente com as agências e os veículos, já vem operando com grandes descontos e produtividade em suas programações de mídia."
Sérgio Reis, subsecretário de Planejamento, Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Célia de Gouvêa Franco - A reportagem não atribuiu a informação citada a Sérgio Reis. O texto informa que é "expectativa do mercado", ou seja, das agências de publicidade, que o governo passe a negociar a compra em bloco de espaço publicitário para suas campanhas.

Rádios comunitárias
"A propósito da reportagem 'Governo descobre fraude com rádios FM' (18/3): existe hoje no Brasil um movimento nacional em defesa da radiodifusão comunitária.
O movimento congrega mais de 3.000 emissoras comunitárias, aí se incluindo rádios e TVs.
O fato de ser rádio de baixa potência não significa que seja comunitária, como faz ver a reportagem. A repórter Elvira Lobato desconhece que existe uma diferença muito grande entre uma rádio comunitária e uma rádio livre.
A repórter acabou sendo parcial. Ao tratar essas rádios criadas por pessoas inescrupulosas por 'comunitárias' atingiu a imagem de todos que fazem radiodifusão comunitária no país.
Falta uma legislação específica que regulamente a atividade das emissoras comunitárias no país."
Fernando Ferro, deputado federal pelo PT-PE (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Elvira Lobato - A reportagem em questão limitou-se a revelar a ação de uma quadrilha no interior de São Paulo que vendia falsas concessões de rádios comunitárias, iludindo inclusive pessoas de boa-fé. Em nenhum momento a reportagem associou aquela quadrilha ao movimento, justo por sinal, pela legalização das rádios comunitárias.

Indignação
"Causou-me profunda indignação a reportagem do jornalista Igor Gielow sobre a confirmação do nome de José Gregori para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos (7/4).
Ao relatar o discurso do presidente Fernando Henrique Cardoso, o jornalista afirmou que o governador Mário Covas abaixou a cabeça quando se tocou no tema direitos humanos.
No parágrafo anterior, o jornalista diz que 'a referência aos direitos humanos acabaram (sic) por constranger o governador'.
O que levou o repórter a concluir que o governador estaria constrangido por um simples gesto de cabeça? Mais surpreendente ainda é o título 'FHC confirma Gregori e constrange Covas'.
O que teria constrangido o governador, então? A referência aos direitos humanos ou a confirmação de Gregori para o posto? E o gesto de cabeça, que denotaria, na conclusão do repórter, constrangimento, deu-se durante a menção do nome de Gregori para o cargo ou durante a referência aos direitos humanos?
É verdade, a violência policial é um grave problema para o governador. É verdade, houve violação aos direitos humanos por parte da polícia de seu Estado. É verdade que não foi possível ao governador evitá-la, e que cabe a ele a obrigação de envidar todos os esforços para que os culpados sejam punidos e isso nunca mais se repita.
Atribuir, porém, a um homem do porte de Mário Covas desconforto, constrangimento diante do tema direitos humanos, por um simples menear de cabeça, constitui, se não uma profunda ignorância, um ato de má-fé.
Constrangido deveria ficar o jornalista, por uma interpretação tão leviana, e pelo constrangimento que pode ter causado a este prestigiado jornal, que sempre se pautou pela verdade e seriedade na apuração dos fatos."
Walter Barelli, secretário de Emprego e Relações de Trabalho (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Igor Gielow - A situação foi constrangedora para Covas, uma vez que o seminário não tratava de direitos humanos. O título é, de fato, dúbio. Mas a reação física é um detalhe que ajuda a contextualizar a reação do governador -à saída do evento, Covas defendeu sua política de segurança, fato omitido pelo missivista.

Omissão
"Manifesto surpresa por não ver nada publicado na Folha sobre as irregularidades no processo de venda da Vale do Rio Doce, apontadas em relatório, com dados concretos, do Grupo de Assessoramento Técnico da Comissão Externa da Câmara dos Deputados."
Luiz Pinguelli Rosa, coordenador do Grupo de Assessoramento Técnico da Comissão Externa da Câmara dos Deputados (Rio de Janeiro, RJ)

Sugestão
"É brilhante o artigo 'Controles, papiros e burocratas' (9/4), de Vicente Amato Neto e Jacyr Pasternak.
Sugiro ao professor Amato perguntar a badalado cirurgião toráxico de notório saber numa das modorrentas reuniões da Congregação da Faculdade de Medicina:
1) o soro assassino tinha registro no Ministério da Saúde? Isso salvou alguma vida?
2) esse registro é feito por funcionários públicos do ministério ou é serviço terceirizado, ou seja, o ministério paga a terceiros por esse serviço?
3) é isso idéia de petistas e sanitaristas adeptos de quanto pior melhor?
4) há algum trabalho de campo para se concluir: a) o que está registrado é bom; b) não está registrado, logo não presta?"
Luiz Gornstein (São Paulo, SP)

Monopólio neobobista
"Agora que não se tem Rogério Magri para ridicularizar e debochar (vide 'imexível'), alguns se encantam e aceitam com naturalidade expressões como 'inempregável', 'fracassomaníacos' e 'neobobismo', como se os neologismos fossem monopólio de pseudo-sociólogo."
José Eduardo Seraphim, da Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania -Cives (São Paulo, SP)

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