São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997 |
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Líderes trocam ofensas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA As cúpulas do PFL e do PSDB tentaram abafar a disputa entre os líderes Inocêncio Oliveira (PFL-PE) e Aécio Neves (PSDB-MG), mas os dois fugiram à orientação partidária e trocaram ofensas. O desentendimento ameaça a votação da reforma administrativa."Participarei de qualquer reunião com o PFL, mas não tenho condições de respeitar pessoalmente um líder que agiu dessa forma", disse Aécio. Anteontem, o pefelista afirmou que não se sentaria à mesa com um "f.d.p." e ameaçou dar um soco no tucano. Ontem, Aécio foi ao Palácio do Planalto comunicar ao presidente Fernando Henrique Cardoso que o partido reagiria às declarações de Inocêncio, em nota oficial. Os tucanos afirmam que as divergências na base governista são naturais, mas não podem ser tratadas com ofensas e ameaças. "A importância das matérias em votação não nos obriga a silenciar diante de ataques injustos e irresponsáveis", diz a nota. "Lamento que o debate tenha dado lugar a acusações levianas", afirmou Aécio, cercado por 24 deputados, o líder no Senado, Sérgio Machado (CE), e o presidente interino do PSDB, Arnaldo Madeira (SP). O desentendimento poderá chegar ao confronto físico. "O PSDB sempre vai elevar o debate, mas se quiserem discutir em outro campo, este líder estará à disposição", afirmou Aécio. "Aceito o desafio: é só marcar dia e hora", reagiu Inocêncio. "Só lamento que ele seja tão covarde; às 9h ele esteve frente a frente comigo e não disse uma palavra", completou, em tom ameaçador. As frases foram repetidas duas vezes, para desespero da cúpula pefelista que esperava uma reação mais comedida. O líder do governo, Benito Gama (PFL-BA), abraçou Inocêncio para impedir que ele falasse mais. "O que nos preocupa -inclusive a seus amigos- é o estado emocional do líder do PFL", afirmou Aécio, ao ser informado do desafio. Arnaldo Madeira sugeriu ao presidente que a votação da reforma administrativa seja suspensa até que o desentendimento seja resolvido. Texto Anterior: Temer quer dividir 'ônus' do reajuste Próximo Texto: Presidente adia a reforma ministerial Índice |
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