São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997 |
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Preso trio com 600 animais silvestres
ANDRÉ LOZANO
Os animais vinham de Vitória da Conquista, na Bahia, e seriam vendidos em Diadema, na região metropolitana de São Paulo. A Polícia Rodoviária Federal desconfiou de um grupo de seis homens conversando, às 2h40, no acostamento, na altura do km 212 da Dutra. Eles estavam ao lado de um caminhão e de um Fiat Uno. Quando os policiais se aproximaram, três homens teriam fugido e José Ariovaldo da Silva, 49, José Nilton Souza Matos, 24, e Deusdedite Freitas Oliveira foram presos. Levados ao 4º DP de Guarulhos, o delegado Aquiles Martins os acusou formalmente com base na lei 5.197, de janeiro de 1967 (de proteção à fauna). De acordo com os artigos 3º e 10º da lei, é proibido o comércio e o transporte de animais silvestres em veículos. A lei prevê, nestes casos, penas de dois a cinco anos de prisão. O crime é inafiançável. "Pegamos a mercadoria fechada, sem sabermos o que era", disse Silva, que afirmou que a "mercadoria" seria vendida em Diadema. José Matos, que dirigia o Uno, disse que foi chamado por um homem conhecido por "Panta" para fazer um pequeno transporte -motivo pelo qual teria se deslocado com o Fiat. "No entanto, quando cheguei ao local marcado, vi que se tratava de animais e me recusei a transportá-los. Mas logo a polícia chegou e não consegui me explicar. Os culpados conseguiram fugir." Alguns animais morreram por falta de alimentação e de água durante a viagem e durante o período em que permaneceram na delegacia. No início da tarde, foram recolhidos pela Polícia Florestal. Rota importante O coordenador de comunicação do WWF (Fundo Mundial para a Natureza), uma das maiores ONGs mundiais de defesa da natureza, Paulo Lyra, disse que a rota em que estavam sendo transportados os animais apreendidos em Guarulhos é uma das principais vias de tráfico de animais do país. Segundo Lyra, 60% dos animais silvestres capturados ilegalmente são comercializados no país e 30%, no exterior. Uma arara vermelha, por exemplo, custa US$ 120 próximo ao local de sua captura e U$ 12 mil, no exterior. A Polícia Florestal informou que avaliaria as condições dos animais para saber se os soltava em parques ou matas ou se os encaminharia a zoológicos. Texto Anterior: Píncaros da glória; Separados ao nascer; Estômago surrado Próximo Texto: Dez grupos vão disputar concessão da Anhanguera Índice |
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