São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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Confirmado novo caso de botulismo

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Instituto Adolfo Lutz confirmou o segundo caso de botulismo deste ano no Estado de São Paulo.
Exame feito pelo instituto constatou a presença da toxina botulínica, agente causador da doença, no sangue da dentista Giselle Padilha de Campos Arantes, 36.
Há três semanas, a dentista está internada em estado grave, com paralisia e insuficiência respiratória, na UTI do Hospital Sírio Libanês (zona central de São Paulo).
O Adolfo Lutz, contudo, não soube precisar como ocorreu a contaminação da paciente. O botulismo causa paralisia e pode levar à morte.
Duas hipóteses estão sendo levadas em consideração. A toxina botulínica poderia ter contaminado conservas de palmito e pêssego que a paciente comeu ou poderia ter infectado um medicamento argentino contra envelhecimento -chamado Célula, do laboratório Biofarma- que a dentista usaria regularmente.
O Adolfo Lutz chegou a analisar o medicamento argentino, mas não obteve resultados conclusivos. "Encontramos um agente tóxico no medicamento, mas ainda não sabemos precisar se é a toxina botulínica", disse Odair Zenebon, 58, diretor da divisão de bromatologia e química do instituto.
Novos testes serão feitos para precisar se o medicamento contém ou não o agente causador do botulismo. Amostras da marca do palmito e pêssego que a dentista ingeriu também serão analisadas.
"Acho mais provável a contaminação ter se dado pelo medicamento. Afinal, toda a família de Giselle comeu o mesmo palmito", afirmou o infectologista Marcos Boulos, do Sírio Libanês.
A família da paciente abriu inquérito contra o importador do remédio argentino no último dia 8 no 1º DP de São Paulo.
O primeiro caso de botulismo deste ano no Estado foi o de Melissa Castro, de Santos (SP), que comeu em fevereiro um palmito contaminado da marca Gini, do lote com validade até outubro de 1998.
Ainda em estado grave, Melissa se encontra internada na UTI do Hospital Albert Einstein (zona sul de São Paulo).

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