São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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Sai de baixo, que a "loura má" vem vindo aí!

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Volto à vaca fria. Uma família não consegue resistir sem um mínimo de união, compromisso moral e ético. O Boni, depois de guardar uma cópia para si, poderia mandar um de seus bilhetes, nesse teor, para os que integram a família do "Sai de Baixo". Em tese, o programa é uma fórmula vencedora. Reúne grandes talentos e leva para a sala do telespectador o teatro da comédia de costumes. O problema está justamente aí: nos costumes.
Não por acaso há bom tempo o humorístico dominical só produz notícias lamentáveis. Os lances que marcaram as saídas de Cláudia Jimenez e Ilana Kaplan são reveladores de um família em desmanche. Ainda na véspera de a atriz Ilana ser comunicada de sua transferência para outro núcleo da Globo, atentos frequentadores da pizzaria Guanabara, no Rio, testemunharam mais um show com a marca "Loura Má". Miguel Falabella, com seu jeitão estereofônico, já ensaiava Márcia Cabrita, desde sempre sua preferida para substituir Jimenez. Quem duvidar dessa predileção, que releia colunas de fofoca pilotadas por controle nada remoto.
Atores são trocados como se fossem calcinhas. Primeiro Jimenez, depois Ilana. Agora, ao que tudo indica, quem está na rota do coice é a Cabrita.
Aqui e ali, sempre sob o manto protetor das notinhas em colunas, murmura-se o motivo do cancelamento do capítulo que seria gravado na última terça: o texto seria ruim, Cabrita estaria em pânico. O texto, aliás, é o saco de pancada da turma. Quantas vezes já não foi execrado em público? Pelos próprios atores, que, toda semana, disputam a ribalta em uma brigalhada de cacos.
Por falar em caco, na mídia, Falabella posa de "generoso", a palavra da moda no meio. Hospeda em casa a empregada da novela das sete, Zezeh Barbosa, escala elencos inteiros e ainda reza e dá dicas espiritualistas no "Vídeo Show". Não será de se admirar se logo mais ele surgir distribuindo pães e peixes à platéia do "Sai de Baixo". Na vida real nossa loura é uma trabalhadora incansável. Mas está longe de ser uma irmã Dulce: pega pesado, puxa tapetes e sabe fazer amigos e influenciar pessoas.
A sucessão de traições e punhaladas deveria envergonhar todos: diretores, atores e produtores. Quando artistas se imaginam imunes a compromissos morais e éticos, só resta uma coisa: sair de baixo.

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