São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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Inflação volta a surpreender e vai a 0,58%

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação em São Paulo está tomando uma trajetória não prevista e deve fechar o mês acima do esperado.
A reversão de tendência nos preços de vestuário e o ritmo menor na desaceleração dos preços no setor de alimentos empurraram a taxa para 0,58% na segunda quadrissemana deste mês, contra 0,34% na quadrissemana anterior e 0,21% em abril.
Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que acompanha a evolução dos gastos das famílias com renda de até 20 salários mínimos (R$ 2.240,00).
Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, que previa taxa inicial de 0,50% para o mês, já refez suas projeções duas vezes.
Na primeira vez, para 0,60%, após o reajuste de tarifas telefônicas e de energia elétrica. Agora, devido aos recentes aumentos de vestuário, o economista prevê 0,70% para abril.
Essa taxa de 0,70% deve ocorrer se vestuário perder o ritmo de aumento nesta segunda quinzena do mês. Se for mantida a mesma pressão registrada na primeira quinzena, a taxa de inflação pode subir para 0,90%, prevê o economista.
Queda no acumulado
Mesmo com a ocorrência dessa taxa, a inflação acumulada em 12 meses vai cair em abril. Segundo Heron do Carmo, "vamos trocar uma taxa de 1,6% em abril de 96 por uma inferior a 1% neste mês". O acumulado em 12 meses deve ficar próximo a 8,1%.
Os alimentos ficaram 1,01% mais caros na segunda quadrissemana de abril. Os "in natura" subiram 4,25%, abaixo dos 6,31% da primeira quinzena.
Já os semi-elaborados interromperam a queda da taxa e voltaram a aumentar 1%. A pressão nesse setor veio das carnes, segundo o economista da Fipe.
O setor de vestuário, após queda de 1,47% no início do mês, subiu 1,58% na segunda quadrissemana. As roupas de mulher foram as que mais subiram (2,77%).
Saúde em alta
Outro setor que teve evolução acentuada no índice da Fipe foi o de saúde.
A alta de 1,28% nos remédios provocou um aumento médio de 0,83% no setor, contra 0,27% na quadrissemana anterior.
Os gastos dos paulistanos nos setores de habitação e de educação estão estáveis, de acordo com a Fipe; em transportes e despesas pessoais, esses gastos caíram.

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