São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reunião da Alca termina com consenso condicional

Mercosul impõe condições para um acordo em 1998

DANIELA FERNANDES
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A reunião de vice-ministros da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) terminou ontem, no Rio de Janeiro, com um "consenso condicional" em relação ao lançamento das negociações a partir de 1998, na afirmação do presidente da reunião, o embaixador brasileiro Sebastião do Rego Barros.
Os 34 países que fazem parte da Alca concordaram que as negociações comecem no próximo ano. Mas o Mercosul, que defende discussões em três etapas, estabeleceu condições para essa data inicial.
Segundo Barros, no período entre as reuniões ministeriais de Belo Horizonte, no próximo mês, e a de Costa Rica, em fevereiro de 98, deverá haver um acordo claro sobre as etapas, objetivos, estrutura e enfoques das negociações.
Isso significa que o Mercosul não vai aceitar negociar a redução de tarifas de importação antes de discutir com os Estados Unidos o fim das barreiras não-tarifárias aplicadas pelo país, disseram membros da delegação brasileira.
Pela proposta do Mercosul, a redução das tarifas só deve ocorrer a partir de 2003. Os EUA, Canadá e Chile defendem o início de todos os temas da negociação em 1998.
"Há uma zona cinzenta em relação ao lançamento das negociações. Se as etapas, enfoques e objetivos estiverem resolvidos até março de 98, na reunião dos presidentes dos países da Alca, o início das negociações se daria em 98."
Barros ressalta que, apesar do "consenso condicional", vários progressos foram feitos no Rio. Para ele, o fato de os países concordarem que as negociações comecem em 98, "cria pressões" para que haja progresso nesses pontos nas próximas reuniões. Antes do encontro de ministros de Comércio Exterior em Costa Rica, haverá três reuniões de vice-ministros.
A reunião do Rio termina com uma declaração -não divulgada- contendo pontos de consenso e divergência, que será apresentada em Belo Horizonte.

Texto Anterior: As EPCs, mais perto da realidade
Próximo Texto: Juíza libera importação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.