São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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A febre das corridas de rua no Brasil

CECILE KRUGER
ESPECIAL PARA A FOLHA

As corridas de rua, maratonas ou provas rústicas, como quer que sejam chamadas, começam a tomar conta da preferência dos brasileiros, mesmo daqueles que não têm um histórico profissional como atletas.
Exemplo disso é o sucesso da corrida de São Silvestre, em São Paulo, que a cada ano vem ganhando mais adeptos.
Ou a maratona de Nova York, que neste ano teve a participação recorde de 428 brasileiros, amadores na sua grande maioria, que decidiram enfrentar o desafio de correr 42 quilômetros juntamente com quase 30 mil atletas.
Talvez poucos brasileiros saibam, mas no norte do Paraná, na cidade de Maringá, há 23 anos acontece a Prova Rústica Tiradentes/Mercadorama, hoje já considerada a segunda maior maratona do Brasil e a maior prova brasileira de pedestrianismo para as chamadas categorias menores -mirim, infantil e infanto-juvenil.
Mais de 10 mil atletas já se inscreveram e tentarão vencer esse desafio na próxima segunda-feira, dia 21 de abril.
Os corredores estarão representando 82 cidades de 10 Estados: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
A exemplo do que se vê na considerada maior prova do mundo -a maratona de Nova York- e nas demais provas nacionais e internacionais, em Maringá também há a participação de um número muito grande de atletas amadores.
São aquelas pessoas que correm pelo prazer de praticar esporte ou pelo desafio de chegar ao fim da prova.
Outro fator que pesa para que o número de amadores seja tão expressivo é o caráter, digamos, familiar que a prova manteve ao longo do tempo.
Realizada pela primeira vez em 1975, pelo 4º Batalhão da Polícia Militar do Paraná, a competição se mantém fiel até hoje ao seu primeiro objetivo, que é o de promover o intercâmbio com a comunidade.
Inicialmente tímida e com poucos participantes, a prova acontecia no âmbito municipal. Mas com o passar dos anos ficou conhecida pelos atletas de todo o país e hoje bate o recorde de público das provas na região Sul do país.
A maratona de Nova York já se tornou uma grande festa esportiva, com características de programa social e turístico. No ano passado, teve a participação de milhares de atletas de toda a parte do mundo.
A maior parte mais interessada em curtir alguns dias nos Estados Unidos, superar os próprios limites e vencer seus desafios a propriamente tentar um lugar no pódio.
No Brasil, o mesmo vem acontecendo com a corrida de São Silvestre. E a Prova Rústica parece caminhar para a mesma direção. O que não implica a falta de grandes nomes do atletismo.
Já confirmaram presença neste ano atletas de ponta, como a veterana Roseli Machado, vencedora da São Silvestre de 96, e Vanderlei Cordeiro de Lima, quarto no ranking mundial dos maratonistas.
A contar pelo número de inscritos e pelo espírito de confraternização e amizade entre os participantes, a prova promete ser uma festa dos "coadjuvantes".

Cecile Freire Kruger, 36, participa da organização da 23ª Prova Rústica Tiradentes

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