São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997 |
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O melhor dos regimes
EDUARDO OHATA
Namoradas? É difícil uma garota -principalmente no caso das adolescentes- se interessar por um gordinho de 147 quilos... A preferência é sempre por aqueles tipos musculosos. Assim, "Buster" Mathis Jr. passava suas tardes assistindo televisão em casa. E engordava cada vez mais. Um dia, "Buster" cansou de ouvir as piadas e resolveu treinar boxe para perder peso. Arrumar um técnico seria fácil. O pai do pequeno "Buster" era o ex-lutador "Buster" Mathis Sr., que no passado lutou com os campeões Joe Frazier e Muhammad Ali. "Reflita bem sobre o que me pede", aconselhou "Buster" Sr., acreditando que o filho logo desistiria da idéia. Afinal, os Mathis não passavam por necessidades, e "Buster" não se encaixava no típico estereótipo dos boxeadores. O pequeno "Buster", entretanto, não renunciou à idéia e, dia após dia, comparecia à academia. Em três anos, perdeu 65 quilos. E ganhou toneladas em auto-estima. Anos depois, em 1994, como profissional, enfrentou o ex-campeão mundial Riddick Bowe. A luta foi anulada quando Bowe golpeou Mathis quando este estava caído. Depois, Mathis lutou com Tyson após Mike deixar a prisão. Uma boa luta, por três assaltos, quando "Buster" perdeu por nocaute. Há poucas semanas, Mathis, com problemas nos joelhos, "pendurou" as luvas. Ele nunca chegou a ser uma força na categoria dos pesados. Com apenas 7 nocautes em 21 lutas, faltava pegada ao lutador. O único título que conquistou foi o de campeão norte-americano. Mas para o garoto que sofria gozações por ser gordo, só o fato de conseguir vestir o cinturão já foi uma vitória. Texto Anterior: A febre das corridas de rua no Brasil Próximo Texto: Supergalos 1; Supergalos 2 Índice |
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