São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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Argentinos da adega Trapiche chegam a SP

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os vinhos da renomada adega argentina Trapiche acabam de pousar nas prateleiras da cidade.
A vinícola, fundada em 1883, tem mais de um século de existência e, num terreno em que idade e tradição nem sempre são sinônimos de qualidade, suas virtudes descansam nas mudanças realizadas nos últimos anos para adaptar-se ao mercado internacional.
Na virada, a Trapiche afastou os vinhos "for export" do estilo que tanto agrada aos argentinos (muito envelhecidos, sem características da fruta e carentes de alma, tipo do Chateau Montchenot).
A receita utilizada pela vinícola não foge à regra seguida por chilenos, californianos e australianos para ganhar terreno: tecnologia de ponta e vinificacão apurada para ressaltar a fruta e o infalível tempero de carvalho para adicionar apelo e complexidade a alguns deles.
Um dos pontos ainda a aprimorar, por exemplo, é o dos Pinot Noir. A versão 93 que estreou em São Paulo, não tem praticamente nenhuma das características da cepa que nutre os vinhos da Borgonha (um carma, aliás, o da falta de tipicidade, que carregam quase todos os Pinot Noir e boa parte dos Cabernet Sauvignon argentinos).
Entre os acertos está um belo Malbec (uva que alicerça na Argentina alguns dos melhores tintos do país). O da safra 94 tem aroma simples mas agradável de frutas vermelhas e corpo e taninos ideais para escoltar carnes assadas e grelhados (84/100, R$ 10,70).
Na ala dos brancos, o Chardonnay 95 (84/100, R$ 19,90) tem perfume marcado pelos tonéis de carvalho novo (defumado, manteiga), mas que conserva características da fruta (abacaxi em calda).
Dentre os tintos, brilha o Malbec 92, de aroma elegante centrado na fruta bem rodeada pelas nuanças da madeira (baunilha), paladar amplo, boa textura (taninos que não agridem) e um final de boca longo e frutado (86/100, R$ 16,82).

Onde comprar: Supermercado Sé, Shopping Jardim Sul, av. Giovanni Gronchi, 5.819, tel. 011/844-5400

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