São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997 |
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Empresários investem em verniz cultural
CLÁUDIA PIRES
"Acreditamos que essa ampliação de conhecimentos, além de ser fonte de prazer, também auxilia no relacionamento social e profissional da pessoa", afirma Rita Holcberg, uma das proprietárias da empresa "Tempo de Arte", que organiza palestras e seminários em São Paulo. O maior foco de interesse são os cursos de história da arte, música e culinária. "Fazer um curso desse é, antes de mais nada, um prazer pessoal. Mas é óbvio que é sempre bom ter outros assuntos sobre os quais conversar", afirma Joseph Lucky, 47, proprietário de uma empresa de consultoria imobiliária e que se interessa por música. O gerente de engenharia de redes da IBM, Robson Martins, 40, concorda com ele. Martins já participou de seminários sobre história da arte. "Gosto de renovar meus conhecimentos. Isso abre portas nos relacionamentos pessoais." Para Agnaldo Farias, professor do curso de arquitetura e urbanismo da USP (Universidade de São Paulo) em São Carlos, o interesse em adquirir conhecimentos gerais está aumentando entre pessoas de diferentes formações. "Essas pessoas estão buscando ter uma visão globalizada em todos os sentidos", afirma. O engenheiro mecânico Sérgio Casoy, 47, começou a gostar de ópera há mais de 30 anos. O interesse gerou muita pesquisa ao longo desses anos. Atualmente, Casoy -que é proprietário de uma metalúrgica- passa os conhecimentos adquiridos por meio de palestras. "O perfil que buscamos é justamente o de uma pessoa que não tenha grandes conhecimentos sobre o assunto, mas goste de ouvir ópera", afirma. Para Casoy, esse tipo de público, antes composto sobretudo por pessoas de classes sociais altas, agora inclui também a classe média, "que está se dando conta de que adquirir conhecimentos não faz mal nenhum". Texto Anterior: Preços das linhas caem 42% Próximo Texto: Cursos abordam arte, música e gastronomia Índice |
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