São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

Pincelada
Foi-se o tempo em que a consultora de arte Isabella Prata (foto) recorria à melhor cara-de-pau para bater de porta em porta, se apresentando como tal. Com cursos de música no currículo e um de comunicação visual na Faap, ela decolou depois de atacar de coordenadora de exposições do MAM de São Paulo. Estreou cheia de banca com o "Projeto das Américas" e vasculhou o Brasil atrás de artistas emergentes para o "Antarctica Artes Com a Folha". Arrematou as imagens de Robert Mapplethorpe para o outono paulistano e, enquanto apronta outras, não esconde de ninguém o sonho de criar e dirigir uma fundação de arte contemporânea.
*
Como pintar o sete?
Com novas mídias.
Qual o passaporte para a modernidade?
Conexões internacionais e multiculturais.
Quem parece uma instalação?
Quem quer aparecer sem conteúdo.
Quem não vale uma performance?
Os que fazem tudo por dinheiro.
Já viu o mundo em preto e branco?
Nas monotipias de Mira Schendel.
Quem vê cara, vê criação?
Vê o criador.
Quem merecia ter sido clicado por Robert Mapplethorpe?
Hélio Oiticica.
Com quantas obras se monta uma coleção?
Com uma mente bordada por Leonilson.
O que fazer em caso de emergência?
Vestir um parangolé e entrar em um casulo de Lygia Clark.
Onde está a preciosidade do metal?
No brilho do criador.
Quando a instalação dá curto-circuito?
Quando, na concepção, nenhum fio foi plugado na inteligência.
O coletivo ou a coletiva?
O coletivo em uma coletiva.

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