São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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Governador visita o Brasil

JAIME SPITZCOVSKY
DO ENVIADO ESPECIAL

Convencer empresas brasileiras a utilizar Macau como porta de entrada para seus investimentos na China e promover mais intercâmbio com Brasil a fim de garantir a influência da cultura de língua portuguesa no território depois de 1999. Esses são os principais objetivos da visita ao Brasil do governador de Macau, o general Vasco Joaquim Rocha Vieira.
"Oferecemos Macau como plataforma ao Brasil, para ser usada em suas ligações com a China e outros países da região", afirma Rocha Vieira. Ele tinha chegada prevista para ontem, e seu périplo em solo brasileiro, que começa no Rio de Janeiro, deve durar dez dias.
Na primeira visita oficial de um governador de Macau ao Brasil, Rocha Vieira traz uma missão com 13 empresários. Promove, em suas passagens pelo Rio, São Paulo, Brasília e Salvador, contatos na área de negócios, encontros com a comunidade portuguesa e macaense, além de se reunir com políticos brasileiros.
Em Brasília, no dia 28, deve se encontrar com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Os dois já se reuniram em Macau, em dezembro de 1995.
O governador Rocha Vieira vai alinhar as vantagens oferecidas por seu território a investidores do Brasil. "Macau deriva da simbiose das culturas chinesa e portuguesa, portanto carrega aspectos conhecidos aos brasileiros", diz ele.
Maior facilidade para encontrar tradutores de português e um sistema judiciário baseado nas tradições lusitanas aumentam o cardápio de facilidades a ser oferecido aos investidores brasileiros.
"Mas não é apenas o conhecimento mútuo que torna Macau mais atraente ao Brasil", observa Antônio Salavessa da Costa, secretário de Comunicação, Turismo e Cultura.
"Hong Kong, opção mais comum, apresenta uma competição feroz e custos bem mais altos", diz Salavessa.
Empecilhos
Rocha Vieira admite as dificuldades que sombreiam seu projeto. Enfrenta, por exemplo, a distância, de cerca de 20 mil km, e os laços ainda incipientes. Em 96, apenas 0,01% das exportações de Macau se dirigiram ao Brasil, enquanto produtos brasileiros responderam por apenas 0,14% das importações do território.
(JS)

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