São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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Estúdios Disney chegam ao Brasil com "pirataria" infantil no SBT

MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir do dia 28, o sinal de transmissão do SBT vai sofrer a interferência de uma TV pirata. A TV CRUJ (Comitê Revolucionário Ultra Jovem) entrará no ar de segunda a sexta, às 17h55, veiculando o "Disney Club".
O novo programa infanto-juvenil, fruto do acordo do SBT com a Walt Disney Company, mostra três garotos fanáticos por computadores que colocam uma emissora de TV no ar.
"Disney Club" é exibido em mais de 30 países, como Espanha, França, Inglaterra, Portugal, Itália, Alemanha, Austrália, Índia e China.
Na América Latina, o programa é veiculado no México, pelo canal 5, da Televisa, e agora estréia no Brasil, no SBT.
O projeto brasileiro foi formatado pelo diretor Cao Hamburger, 35, e por Anna Muylaert, 32, que trabalharam juntos em "Castelo Rá-Tim-Bum", entre outros. Mauricio Camerini Tavares, 35, produtor executivo da Buena Vista Productions Latin America -divisão responsável pela produção de programas de TV da Walt Disney Company-, supervisiona a execução do "Disney Club" no Brasil.
O "Disney Club" surgiu no início dos anos 90, na Europa. Os primeiros países a produzi-lo foram Inglaterra, Itália, França e Alemanha.
"Nas produções de cada país em que é exibido é utilizado o talento e a criatividade local, supervisionados pela Walt Disney Company", diz Jeffrey Whalen, 41, vice-presidente de marketing da Walt Disney Television para a América latina.
"O formato do programa começou muito rígido e com o tempo foi ficando mais local. Os traços em comum entre o 'Disney Club' dos vários países são as logomarcas e reportagens com novidades sobre o mundo Disney", fala Tavares.
Além disso, outra semelhança é a postura dos apresentadores ou atores que comandam os programas. Eles não podem falar palavrão, não se despem, não apresentam vícios. "Eles têm de ter um comportamento que corresponda ao público da Disney", explica Whalen.
A supervisão da Disney também visa atingir a uma qualidade máxima. "Desde que a Disney fez 'Branca de Neve e os Sete Anões', em 1937, os produtos da companhia têm um padrão: diversão, conteúdo, imagens", diz o vice-presidente.
Whalen lembra também que a Disney foi o primeiro estúdio de cinema a produzir um programa para TV, com "Disneyland", em 1954, veiculado nos EUA pela rede ABC.
"O 'Disneyland' mostrava o universo Disney para todo o mundo, por isso há sempre a preocupação em fazer o melhor", fala Whalen.
"A idéia não é fazer um programa educativo, mas com conteúdo e preocupado em divertir", completa Tavares.
Mercado brasileiro
O acordo com o SBT abre também a possibilidade de a Disney Company produzir, no futuro, outros programas para o público brasileiro.
Além disso, a empresa tem a intenção de trazer o canal de TV paga Disney Channel para o Brasil e, para isso, já existem negociações com a TVA.
O serviço DirecTV, da TVA, de transmissão digital por miniparabólicas, oferece desde março o "Disney Weekend", com uma programação especial nos finais de semana.
"A intenção da companhia é expandir o Disney Channel no mundo todo. O canal foi lançado na França há duas semanas", diz Whalen.

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