São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997
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Quem são os índios pataxós

DA REPORTAGEM LOCAL

Os pataxós hã-hã-hães, grupo ao qual pertence o índio Galdino Jesus dos Santos, estão assentados provisoriamente numa área de 1.079 hectares, nos municípios de Pau Brasil, Camacan e Itajú do Colônia, sul da Bahia.
A região é marcada por fazendas de cacau e litígios pela posse da terra. Desde o descobrimento do Brasil, o sul da Bahia é o território original dos pataxós. Neste século, porém, os índios acabaram se dispersando pelo país. Só na década de 80, os 2 mil remanescentes do grupo indígena conseguiram retornar ao local.
Hoje, os pataxós reivindicam ali uma área de 36 mil hectares, onde, no papel, chegou a ser criada uma reserva em 1926. A área acabou ocupada por fazendeiros de cacau.
Há um processo judicial a respeito da área, desde o início dos anos 80, que aguarda julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).
Santos se encontrava neste fim-de-semana em Brasília para participar das comemorações do Dia do Índio e para se informar sobre o andamento do processo.
A ação estava para ser relatada pelo ministro Francisco Rezek, que deixou o STF e foi substituído por Nélson Jobim.
Segundo o antropólogo José Augusto Sampaio, professor da Universidade do Estado da Bahia e membro da Associação Nacional de Ação Indigenista, 398 fazendeiros e posseiros são réus na ação.
O processo caminha devagar. "Levou dez anos para citar todos os réus", disse o antropólogo.
Aculturados, os pataxós não mantiveram sua língua original e, hoje, falam português.

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