São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997 |
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Rede prostituía meninas de 8 a 13 anos
IRINEU MACHADO
Quatro homens foram presos na última sexta-feira e outros cinco tiveram prisão preventiva decretada ontem à noite, sob acusação de participação na rede de prostituição infantil. O inquérito foi aberto depois que a mãe de uma menina de 13 anos foi ao Ministério Público acusar o comerciante Miguel Bezerra de Almeida de prostituir sua filha. Almeida, dono de um bar em Itaituba (900 km a sudoeste de Belém), foi preso acusado de aliciar meninas e fotografá-las em atos sexuais para um álbum que ele mostrava aos fregueses. Elas eram oferecidas para encontros sexuais. A polícia apreendeu no bar um álbum com mais de cem fotografias de meninas nuas e durante relações sexuais. Foram identificadas meninas de 8 a 13 anos. Segundo a promotora Margareth Sinimbu, 90% das fotos mostram meninas que aparentam ter menos de 14 anos. Depois de fotografadas, as meninas eram prostituídas. Até ontem, 12 meninas -uma delas de 9 anos- presentes nas fotos foram ouvidas pelo delegado Antônio Carlos Corrêa da Silva e pela promotora. "Todas elas citam as mesmas pessoas. Há donos de motéis, de farmácias e taxistas da cidade abusando de meninas e favorecendo a prostituição infantil", disse a promotora. Além de Almeida, foram presos o dono de um motel, um taxista e o dono de uma boate. A Agência Folha tentou ouvi-los ontem, mas o telefone da delegacia onde estão presos está quebrado. Em seu depoimento à polícia, o comerciante disse que "era seduzido pelas meninas" e que as fotografava "porque elas gostavam". O farmacêutico que teve prisão preventiva pedida é acusado de dar remédios às meninas para tratamento de doenças venéreas, em troca de "favores sexuais". As meninas recebiam R$ 5 por programa, embora lhes fosse prometido quase sempre R$ 50, segundo a maioria dos depoimentos. Texto Anterior: Usuário questiona vantagem de cupons Próximo Texto: Queda mata filha e fere a mãe no Rio Índice |
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