São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997
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Era brincadeira, diz advogado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado Rommel Parreira Corrêa, defensor de três acusados, classificou ontem como "uma brincadeira que resultou em tragédia" o ataque ao índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, 44, provocado por cinco estudantes.
Corrêa disse ter ouvido de dois acusados ontem à tarde na 1ª Delegacia de Polícia de Brasília a versão segundo a qual o episódio foi uma brincadeira. Isso teria sido contado por Tomaz Nader Almeida, 19, e Heron Oliveira, 18, primos.
Depois de ter conversado com os dois estudantes, o advogado negou que eles tivessem confessado à polícia que tinham jogado combustível e ateado fogo na vítima.
"Eles contaram que jogaram alguma coisa, de brincadeira, mas ainda não está claro como o índio entrou em combustão", disse o advogado. "Eles disseram que não sabiam que a vítima era índio."
Corrêa foi contratado para defender também G.A.N., 16, o único acusado que é menor de idade. Ele é irmão de outro acusado.
Para o advogado, G.A.N. deve ser solto e responder ao processo em liberdade por ter menos de 18 anos. Somente após essa idade, a pessoa passa a ser considerada responsável criminalmente.
Na opinião do advogado, a lei oferece também atenuantes para os demais acusados, por serem menores de 21 anos de idade.
Além disso, segundo ele, os acusados são réus primários e possuem bons antecedentes criminais. "São todos estudantes e filhos de famílias trabalhadoras."

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