São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997 |
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Tempo voa no interior dos museus locais
EDSON FRANCO
Os 25 quadros de Claude Monet (1840-1926) expostos em suas paredes, até 5 de maio, tornam ainda mais indispensável uma visita à National Gallery. Entre os destaques da mostra estão "The Beach at Trouville" -retratando Camille, mulher de Monet- e "The Thames Below Westminster" (1871) -em que o impressionista francês retrata o fog londrino. Dividido em quatro alas, o museu organiza cronologicamente o seu acervo. As alas são a Sainsbury (pinturas entre 1260 e 1510), Oeste (1510 a 1600), Norte (1600 a 1700) e Leste (1700 a 1920). Na ala Leste, você pode ver a célebre tela "Cadeira", pintada por Van Gogh (1853-1890) em 1888. Menos clássico, mas não menos impressionante, o quadro "The Execution of Lady Jane Grey" (1833) retrata a decapitação de Jane Grey, bisneta de Henrique 7º e rainha da Inglaterra por nove dias. Exemplo de composição, a tela do francês Paul Delaroche (1795-1856) mostra a lady de olhos vendados sendo consolada por um padre enquanto o carrasco aguarda com o machado. Ao fundo, duas criadas são a imagem do desespero. A cena se espalha em uma tela de 2,46 m X 2,97 m. Sansão e Dalila Na ala Norte, chama a atenção o auto-retrato pintado por Rembrandt (1606-1669), em 1640, e "Sansão e Dalila" (1609-1610), obra do pintor barroco Peter Paul Rubens (1577-1640). "Vênus e Marte", pintura que custou dez anos de trabalho ao pintor italiano Sandro Botticelli (1445-1510), concentra as pessoas que passam pela ala Sainsbury. Italianos como Michelângelo (1475-1564), Tintoretto (1518-1594) e Ticiano (1511-1576) fornecem razões de sobra para uma visita demorada à ala Norte. O acesso ao acervo da National Gallery é gratuito. Na entrada, o museu mantém uma redoma de acrílico para receber donativos. Se gratidão for um dos atributos do visitante, ele colaborará feliz. Se sobrar tempo, aproveite para visitar o prédio anexo ao do museu. Ele abriga a National Portrait Gallery, com retratos e estátuas de pessoas famosas -principalmente britânicas- desde a Idade Média até nossos dias. Há de tudo. Políticos, monarcas, generais, músicos, atores, aventureiros, desbravadores, esportistas. Entre as peças mais notáveis estão uma réplica da estátua que adorna o túmulo de Lawrence da Arábia (retratando o próprio) e a ala que registra a intimidade -posada, diga-se- da família real. Essa ala junta fotos enormes -nas quais é possível contar todas as rugas da rainha Elizabeth 2ª- com telas reverentes e majestosas. Índios Duas horas são suficientes para ter uma boa noção do pequeno e bem organizado acervo do Museum of Mankind. Suas exposições agrupam objetos indígenas da África, Austrália, Américas do Norte e do Sul, ilhas do Pacífico e de partes da Europa e da Ásia. Espalhadas em suas salas, estão atualmente exposições sobre ourivesaria pré-colombiana nas Américas Central e do Sul, povos nativos dos desertos norte-americanos, tapetes da Ásia Central e potes feitos na África. National Gallery - Trafalgar Square, metrô Charing Cross. Aberta de segunda a sábado, das 10h às 18h (quarta até as 20h), e aos domingos, das 12h às 18h, tel. local (0171) 839-3321. Entrada gratuita. National Portrait Gallery - St. Martin's Place, metrô Charing Cross. Funciona de segunda a sábado, das 10h às 18h, e aos domingos, das 12h às 18h, tel. local (0171) 306-0055. Entrada gratuita. Museum of Mankind - Burlington Gardens, metrô Piccadilly Circus. Abre de segunda a sábado, das 10h às 17h, e aos domingos, das 14h30 às 18h, tel. local (0171) 437-2224. Entrada gratuita. Texto Anterior: Londrinos e turistas perdem disfarce nos parques Próximo Texto: Transporte coletivo local carrega tradição Índice |
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