São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Pitta nega contato com assessoria

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PPB), negou ontem ter mantido "qualquer contato" com a empresa de assessoria Tarimba para a venda de títulos públicos da prefeitura paulistana.
As operações, que foram realizadas em 1995 e 1996, seriam no valor de R$ 120 milhões.
Para Pitta -que está publicando nota nos jornais de hoje com essa mesma argumentação-, a informação de que a Tarimba tinha intermediado venda de títulos da prefeitura é "falsa, sem fundamento e inverídica".
"É absurdo veicular a Prefeitura de São Paulo com qualquer manobra de mercado realizada por essa ou aquela instituição financeira", afirma Pitta.
Banespa e BB
Segundo ele, apenas o Banespa e o Banco do Brasil participaram da operação.
Para o prefeito, "em nenhuma hipótese a prefeitura credenciou pessoas físicas ou jurídicas" para representá-la na operação de venda de títulos.
"A prefeitura age somente por meio de suas secretarias e órgãos", afirma a nota de Pitta.
A informação sobre o envolvimento da Tarimba com a Prefeitura de São Paulo foi dada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator da CPI dos Precatórios.
O relator disse que duas cartas comprovariam esse relacionamento. As cartas, segundo Requião, eram da Tarimba para a Paper (atual distribuidora Arjel).
Nas cartas, a Tarimba "confirma entendimentos" para a compra de títulos paulistanos pela Paper.
Em uma das cartas, a Tarimba afirma que a Paper está "credenciada para comprar (títulos) de nosso cliente, Fundo de Liquidez dos Títulos Municipais da Secretaria das Finanças de São Paulo ou por agentes indicados por eles".
'Montagem'
Para Requião, as cartas da Tarimba comprovam a participação da Prefeitura de São Paulo na "montagem" das operações irregulares com títulos públicos.
A operação ocorreu na gestão de Paulo Maluf na prefeitura -Pitta era secretário das Finanças.
Segundo o senador peemedebista, o "agente" citado nas cartas da Tarimba era o Banco Vetor, um dos principais envolvidos no caso dos precatórios.
"Os documentos provam que a operação foi montada a partir da prefeitura", diz Requião.

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