São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Cearense tem mais doutores que paulistas

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA EM FORTALEZA; DA AGÊNCIA FOLHA EM ARACAJU

A diferença detectada pelo provão entre as universidades federais nordestinas e as particulares paulistas começa na formação do corpo docente, segundo dados das escolas.
A porcentagem de professores com pós-graduação na UFC (Universidade Federal do Ceará), por exemplo, é mais que o dobro da proporção de pós-graduados na Universidade Mackenzie e na São Judas Tadeu.
A UFC tem 85% de seus professores com pós-graduação, ou seja, dos 52 professores da engenharia civil, só 8 não são pós-graduados e 20 fizeram doutorado (38% do total).
No Mackenzie, 60% dos 200 professores de engenharia (somadas outras especialidades) não têm pós-graduação. São professores que fizeram especializações ou cursam mestrado. Os doutores somam 9%. Situação parecida vive a São Judas, na Mooca, em São Paulo, em que só 10%, ou 5 dos 48 professores, são doutores. Trinta -62,5%- não têm pós-graduação.
Os 101 anos de fundação do curso de engenharia do Mackenzie pesam quando o assunto é acervo. A biblioteca da universidade exibe 100 mil volumes, entre todas as engenharias.
Na São Judas, os acervos de todas as engenharias, juntos, somam 4.847 volumes. Já a UFC exibe 10 mil títulos na área específica de engenharia civil.
Segundo o vice-coordenador do curso na UFC, Ricardo Carvalho, as pesquisas são realizadas em laboratórios com 60 computadores e nas duas bibliotecas, uma delas com 10 mil títulos específicos da área.
O perfil dos alunos da UFC assemelha-se ao dos do Mackenzie em alguns aspectos. A maioria é proveniente de escola particular e não trabalha. Na São Judas, ao contrário, o número de alunos que trabalham é tão grande que alguns cursos matutinos foram extintos por falta de alunos.

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