São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Universidades estaduais de São Paulo têm bom desempenho

Politécnica da USP e engenharia da Unicamp boicotaram prova

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

As universidades estaduais paulistas foram bem no provão: 63,6% de A, 24% de B e nenhum C. Só a Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e a engenharia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) arranharam a imagem do grupo, com D e E, respectivamente.
Mau resultado que se explica pelo boicote promovido pelos alunos, que fez 66,3% dos estudantes da Poli e nada menos que 97% dos formandos da Unicamp entregar a prova em branco.
O resultado paulista contrasta com o desempenho geral das estaduais, cuja infra-estrutura e a composição do corpo de professores varia conforme a política educacional de cada Estado.
Sob o título de estadual, estão instituições tão diferentes quanto a USP e a Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí, no Paraná, que teve E em administração, apesar de 93,1% dos alunos terem feito a prova. Isso faz com que a maioria das generalizações possíveis a partir do provão não valham para as estaduais de São Paulo.
Nos dois cursos de humanas, área em que o boicote foi menor, as estaduais paulistas tiveram 100% de A. No universo geral das estaduais, 20% chegaram a esse conceito em administração e 50% em direito.
Engenharia
Em engenharia, tanto a Unesp de Ilha Solteira quanto a USP de São Carlos tiveram A, apesar dos 10,2% de provas em branco ocorridos na segunda. O curso da Unesp de Bauru (26,5% de provas em branco) e o de Guaratinguetá ficaram com B.
Apenas nesse caso, o desempenho é pior que o obtido na carreira por todas as estaduais, que se distribuíram igualmente pelos cinco conceitos, 18,8% em cada.
Em grande medida, o bom desempenho das paulistas pode ser atribuído à titulação dos professores e à sua dedicação à universidade. Em todos os cursos avaliados, mais de 50% dos professores ligados à formação profissional têm mestrado ou doutorado.
USP de São Carlos e Politécnica não informaram ou informaram fora do prazo a composição de seu corpo docente, segundo o MEC.
Nas carreiras avaliadas, as três universidades paulistas disseram ter mais de 50% dos professores ligados à formação profissional com contrato para trabalhar mais de 20 horas semanais.
Também nesse caso, as informações de Poli e USP de São Carlos não estão disponíveis.
(RSc)

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