São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Norte e Oeste têm 'epidemia' de cursos

DANIELA FALCÃO
DA ENVIADA ESPECIAL A NOVA ANDRADINA (MS)

A proliferação de novos cursos de administração e direito nas regiões Centro-Oeste e Norte também surpreendeu os organizadores do provão.
Boa parte desses cursos estão em regiões de fronteira ou em cidades médias (que têm entre 10 e 30 mil habitantes), longe das capitais e de grandes centros urbanos. E a maioria pertence à rede particular.
No Centro-Oeste, 71,4% dos cursos de administração são particulares e, na região Norte, 53,8%.
A cidade de Gurupi, no Tocantins, é um exemplo: embora o município só tenha começado a crescer nos últimos dez anos, e boa parte de sua população viva da agricultura, já existem duas faculdades instaladas na região.
Outros municípios isolados -como Barra do Garças e Rondonópolis (MT), Naviraí e Cassilândia (MT) e Vilhena e Ji-Paraná (RO)- também já criaram as suas próprias faculdades.
A maioria das instituições que foram criadas na região oferece cursos na área de ciências humanas e sociais.
A multiplicação de faculdades pelas regiões emergentes do país está ligada à grande importância que as empresas nacionais dão aos portadores de diplomas de curso superior na hora de selecionar seus futuros empregados.
Até para contratar caixas, os bancos que atuam na zona rural já estão exigindo que o funcionário esteja pelo menos cursando uma instituição de ensino superior.
Os concursos públicos também se tornaram um chamariz para a instalação de faculdades no interior do país. A maioria dos concursos exige que o 3º grau.
Como nas cidades pequenas em que o comércio é fraco a carreira de funcionário público é a única perspectiva de bom emprego, a procura termina sendo grande.
O resultado é que muitas das novas universidades do Centro-Oeste e Norte apresentam maior concorrência de candidatos por vaga do que outras tradicionais, instaladas em grandes centros urbanos.

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