São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997 |
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Abstenção de alunos inviabiliza provão, diz presidente da UNE
LUCIANA BENATTI
Para o presidente da UNE, Orlando Silva Júnior, 25, o boicote dos alunos das principais universidades públicas do país obrigou o MEC (Ministério da Educação) a apresentar os resultados do exame em forma de conceitos, sem criar um ranking de universidades. Para a UNE, o principal objetivo do provão era montar um ranking que orientaria os investimentos do governo para as universidades consideradas ilhas de excelência. "É uma avaliação desmoralizada. Qual o parâmetro de qualidade, se as universidades tradicionais tiveram conceitos ruins?" A UNE também considera uma vitória o fato da adesão ao boicote ter sido grande entre os alunos das principais universidades públicas. "Isso quebra qualquer parâmetro de avaliação", diz Silva Júnior. A entidade pretende encaminhar ao governo uma proposta para que o MEC suspenda a realização do provão neste ano. Se não for aceita, a intenção é realizar um boicote maior do que o do ano passado. A UNE também defende a criação de um fórum nacional, com representantes da sociedade, para dirigir o processo de avaliação. No lugar do provão, a UNE propõe um sistema de avaliação baseado na ação de dois comitês. Um comitê seria criado dentro das próprias universidades, com alunos, professores e funcionários, para avaliar as áreas de ensino, pesquisa e extensão. Outro ficaria responsável pela avaliação externa das universidades. Ele seria formado por representantes do MEC, de conselhos profissionais e por outros membros da sociedade civil. A UNE considera que este é o momento para o governo rever o sistema de avaliação do ensino superior. Texto Anterior: Engenharia civil teve mais boicote Próximo Texto: 'Isoladamente, provão não tem valor nenhum', diz especialista Índice |
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