São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Provão só serve para identificar distorção grosseira, diz professor

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de pouco aprofundado, o provão pode servir para o governo corrigir graves distorções existentes no ensino superior no Brasil, avaliam especialistas entrevistados pela Folha.
É essa a avaliação, por exemplo, do pró-reitor de Graduação da USP (Universidade de São Paulo), Carlos Alberto Dantas, 60. Dantas se disse "surpreso, mas não muito", com as notas médias obtidas pelas faculdades.
A prova de administração, por exemplo, foi considerada "muito fácil" pelo Conselho de Graduação da USP. No entanto, a nota média nessa prova foi de 32,5, em uma graduação de 0 a 100.
"O provão pode servir para detectar falhas grosseiras, mas não pode ser apresentado como um instrumento para avaliar um curso. Sabemos que há um grande número de faculdades 'de fim-de-semana."'
Marcos Cortez Campomar, chefe do Departamento de Administração da FEA (Faculdade de Economia e Administração da USP), também não se espantou com as notas. "A maioria das escolas são ruins." Campomar, que fez a prova a convite da Folha, em novembro, disse à época que as questões não tratavam de administração e eram "de vestibular".

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