São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Salário mínimo sobe para R$ 120 em maio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo anunciou ontem o aumento do salário mínimo, que vai passar de R$ 112 para R$ 120 a partir de 1º de maio.
O reajuste será de 7,14%, conforme antecipou ontem a Folha. Esse valor será pago aos trabalhadores na folha salarial de junho.
O anúncio foi feito pelo ministro Pedro Malan (Fazenda) em cadeia de rádio e televisão.
"O governo reconhece que é pequeno o aumento dos atuais R$ 112 para R$ 120. No entanto, é o aumento que pode conceder no momento, porque é o aumento compatível com o peso e o impacto que o mínimo tem", disse o ministro.
Esse índice é inferior à inflação acumulada desde o último reajuste do salário mínimo. Pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, a taxa deve ficar próxima de 8% de maio de 96 a abril deste ano.
A argumentação do governo é que o reajuste será superior à inflação futura, isso é, a taxa acumulada de maio deste ano e abril de 98. A expectativa de inflação para este ano é de 7% a 8%.
No pronunciamento, Malan disse que, com o atual reajuste, o salário mínimo aumentou 85% desde julho de 94. A cesta básica, no mesmo período, subiu de R$ 106,95 para R$ 114,21 -6,78%.
"O governo trabalha para que o mínimo, além de aumentar, compre cada vez mais coisas e que um número cada vez menor de trabalhadores dele dependa para sobreviver."
O ministro Paulo Paiva (Trabalho) disse que o reajuste do piso nacional tem que ser compatível com o equilíbrio das contas públicas para que seja mantida a tendência de queda de inflação.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, disse que a preocupação do governo ao conceder o reajuste de 7,14% é com o impacto nas despesas de prefeituras e Estados.
O governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, criticou os partidos de esquerda que reivindicam um reajuste maior para o salário mínimo.
"É um viés equivocado das esquerdas que querem discutir um valor nominal maior", disse. Segundo ele, os políticos deveriam se preocupar em garantir à população os serviços essenciais, como saúde e educação.

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