São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997 |
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Desgaste tira Brunoro do Palmeiras
ALEXANDRE GIMENEZ
A decisão foi anunciada ontem, numa entrevista coletiva na sede da empresa, em São Paulo. Segundo Brunoro, sua saída da Parmalat foi decidida há um mês. O ex-técnico da seleção brasileira de vôlei e atual comentarista esportivo da TV Bandeirantes, Paulo Russo, assumiu o cargo (leia texto nesta página). Atuação Brunoro foi o responsável pelo contrato de co-gestão do futebol profissional com o Palmeiras, que teve início em 1992. Com o investimento da empresa na equipe, o Palmeiras conquistou três títulos paulistas (93, 94 e 96) e dois Campeonatos Brasileiros (93 e 94). "Sua atuação foi muito importante para a profissionalização do futebol brasileiro e para fixação da marca Parmalat no país", afirmou Gianni Grisendi, presidente da empresa na América Latina. Brunoro pretende montar uma empresa de assessoria esportiva. Neste ano, ele continua ligado à Parmalat por meio da Fórmula 1. Ele continuará como "manager" do piloto Pedro Paulo Diniz, que corre na Arrows -equipe patrocinada pela empresa italiana. Atritos Os problemas de Brunoro com a diretoria do Palmeiras começaram no início da co-gestão. Ele queria que a Parmalat pudesse administrar também as categorias de base do clube. O que também era reivindicado pelo então técnico do clube, Wanderley Luxemburgo. A estratégia de Brunoro era dividir lucros com o Palmeiras quando os atletas fossem vendidos. Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras, se recusou a concretizar o acordo. Os atritos tornaram-se mais graves no final do ano passado. Estatuto Em novembro, surgiu no clube um movimento para mudar os estatutos e assim permitir a reeleição de Contursi. Brunoro então apoiava a candidatura de Seraphim Del Grande, ex-vice presidente de futebol, mais alinhado com seus planos para a co-gestão com o Palmeiras. O estatuto foi mudado e Del Grande entrou com liminar na Justiça para impedir a reeleição de Contursi, mas que foi derrubada depois. Brunoro afirmou na época que a Parmalat não iria investir mais no clube enquanto continuasse a crise política. Para piorar a situação, Wanderley Luxemburgo, técnico do Palmeiras na época, saiu do time. Ele também tinha problemas com o presidente Contursi. "Se esse problema tivesse sido tão grave, teria saído da Parmalat na época. Quero cuidar mais da minha vida particular", afirmou José Carlos Brunoro. Próximo Texto: Brunoro vê maluquice Índice |
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