São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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São Paulo adota 'cartilha' para disciplinar jogadores

MARCILIO KIMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo quer evitar outros casos de mau comportamento dentro e fora de campo, adotando novamente cartilha disciplinar.
A primeira vez foi com o técnico Telê Santana, em janeiro do ano passado.
"É um manual para os jogadores trabalharem com mais segurança e responsabilidade.
"Terá também algumas sugestões para eles lidarem com a imprensa, a comissão técnica e a diretoria", explicou Ricardo Viveiros, supervisor do clube.
O dirigente ressalva que não é uma censura. "Qualquer um pode criticar a diretoria. Mas terá que responder por isso."
Os atletas foram avessos à novidade. Segundo o zagueiro Rogério Pinheiro, o comportamento da equipe é bom e não necessita de normas oficiais.
O atacante Dodô foi mais severo. "Ninguém aqui é juvenil. Cada um sabe de sua responsabilidade como profissional. Não vai servir para nada."
Motivo
A medida foi tomada após o tumulto na vitória sobre o Botafogo (2 a 0), no domingo passado, entre o são-paulino Denílson e o botafoguense Valdeir.
Na confusão, Alberto e Aristizábal foram expulsos. Em um lance seguinte, Adriano também recebeu cartão vermelho.
Denílson foi punido com uma multa de 5% sobre seu salário, Alberto e Adriano terão descontados 10% de seus vencimentos, além de uma "multa verbal".
Viveiros se reuniu ontem com os três jogadores, mais o técnico Dario Pereyra, para aplicar uma advertência.
"Não basta tirar dinheiro. Eles têm que entender o motivo da multa e não repetir novamente. Aquilo poderia ter nos custado uma derrota", justificou.
Os jogadores concordam com as multas nos casos de expulsão desnecessária e acreditam ser a punição ideal.
"O bolso vazio é muito mais compreensivo do que uma advertência verbal da diretoria", disse Rogério Pinheiro.

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