São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Conheça a Cinemateca Brasileira

O que é?
Uma instituição pública que busca preservar "a memória da imagem em movimento", sobretudo a cinematográfica. Tem como principais metas restaurar, conservar e divulgar um acervo de filmes que engloba desde produções do final do século 19 até clássicos mais atuais, brasileiros ou não

Quando surgiu?
Em 1946, como Clube de Cinema de São Paulo

Onde se localiza?
A sede ocupa, desde 1995, o espaço do antigo Matadouro Municipal, uma área de 20 mil metros quadrados no Largo Senador Raul Cardoso, 207 (Vila Mariana, zona sul de São Paulo). O terreno abriga galpões construídos durante a última década do século 19 e duas edificações mais recentes.
É no Matadouro que estão a diretoria, o departamento administrativo, o laboratório de restauro, o setor de catalogação e o arquivo com cópias de filmes

A Cinemateca possui, ainda, duas casas térreas no Parque da Conceição (rua Volkswagen, sem número, Jabaquara, zona sul de São Paulo). É lá que ficam o depósito climatizado (com negativos originais de filmes) e a biblioteca (aberta ao público, com roteiros, cartazes, fotos e livros)

Também compõe a Cinemateca uma sala de exibição na rua Fradique Coutinho, 361 (Pinheiros, zona oeste de São Paulo). Com 315 lugares, oferece quatro sessões diárias para o público em geral

Quais os telefones?
011/5084-2177, 5084-2153 ou 5084-2318 (sede)
011/881-6542 (sala de exibição)

A que órgão pertence?
Ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que faz parte do Ministério da Cultura

Quem a comanda?
A diretora-executiva Tania Savietto. Assumiu o cargo em março de 1995 para cumprir um mandato de quatro anos, renovável. Foi indicada por um conselho de 21 membros, presidido pelo fotógrafo e produtor cinematográfico Thomaz Farkas

Quantos funcionários possui?
72

Como se mantém?
O Iphan destina uma quantia anual à entidade (cerca de R$ 500 mil em 1997). Para projetos especiais (como a restauração de um lote específico de filmes ou a confecção de CD-ROMs), a Cinemateca recebe verbas adicionais da iniciativa privada ou dos governos municipal, estadual e federal

O que é a Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC)?
Uma instituição privada, sem fins lucrativos, composta por 12 conselheiros e um presidente. Entre suas funções, está a de captar recursos para a Cinemateca Brasileira junto à iniciativa privada

- O acervo
O que contém?
. Aproximadamente 150 mil latas de filmes, que somam 50 mil títulos (entre negativos originais e cópias, produções estrangeiras e nacionais, curtas e longas-metragens, documentários e ficção)
. Programas da extinta TV Tupi (incluindo 200 mil rolos de reportagens em 16 milímetros)
. 429 edições do cinejornal que o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) produziu durante o Estado Novo (1937-1945)

Exemplos de filmes preservados pela Cinemateca
Clássicos do cinema mudo
. "A Morte de Siegfried" (de Fritz Lang, Alemanha, 1923)
. "O Encouraçado Potemkin" (de Sergei Eisenstein, URSS, 1925)
. "Fausto" (de F. W. Murnau, Alemanha, 1926)
. "Napoleão" (de Abel Gance, França, 1926)

Clássicos japoneses
. "Sanjuro" (de Akira Kurosawa, 1962)
. "Rebelião" (de Masaki Kobayashi, 1967)

Clássicos europeus
. "A Regra do Jogo" (de Jean Renoir, França, 1939)
. "Sedução da Carne" (de Luchino Visconti, Itália, 1954)
. "Jules e Jim - Uma Mulher para Dois" (François Truffaut, França, 1961)
. "Pierrot le Fou - O Demônio das Onze Horas" (de Jean-Luc Godard, França, 1965)
. "Persona - Quando Duas Mulheres Pecam" (de Ingmar Bergman, Suécia, 1966)
. "Lacombe Lucien" (de Louis Malle, França/Itália/Alemanha, 1973)

Clássicos norte-americanos
. "Nascimento de uma Nação" (David W. Griffith, 1913)
. "Suspeita" (de Alfred Hitchcock, 1941)
. "A Marca da Maldade" (de Orson Welles, 1958)
. "Testemunha de Acusação" (de Billy Wilder, 1958)
. "Bonequinha de Luxo" (de Blake Edwards, 1961)

Clássicos brasileiros
. "Limite" (de Mário Peixoto, 1930)
. "Ganga Bruta" (de Humberto Mauro, 1931-32)
. "O Descobrimento do Brasil" (de Humberto Mauro, 1937)
. "O Cangaceiro" (de Lima Barreto, 1952)
. "Nem Sansão nem Dalila" (de Carlos Manga, 1953)
. "Rio 40 Graus" (de Nelson Pereira dos Santos, 1955)
. "Rio Fantasia" (de Watson Macedo, 1956)
. "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (de José Mojica Marins, 1964)
. "Terra em Transe" (de Glauber Rocha, 1966)
. "Bang Bang" (de Andrea Tonacci, 1971)
. "Triste Trópico" (de Arthur Omar, 1974)

Fonte: Tania Savietto, diretora-executiva da Cinemateca

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