São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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'Paradinha' diária consome 6 dias de trabalho por ano

Empresas acham mais vantajoso contratar não-fumantes

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem precisa dar uma "paradinha" em seu trabalho para fumar gasta aproximadamente seis dias de trabalho por ano.
Além disso, segundo o presidente da Adesf (Associação de Defesa da Saúde dos Fumantes), Mário Albanese, as empresas preferem contratar quem não fuma.
Algumas razões: fumantes adoecem mais vezes, morrem mais cedo e causam maior rotatividade nos quadros da empresa.
Também fazem com que encareçam o seguro médico e do local de trabalho. Crescem ainda os custos de manutenção e limpeza no local de trabalho: quem nunca viu, em escritórios onde há fumantes, marcas de queimaduras em cortinas, carpetes, móveis, computadores, entre outros equipamentos?
Sem falar que as pessoas que fumam fazem com que aumentem os riscos de ocorrer um incêndio.
Ativos e passivos
A Adesf considera que sejam fumantes tanto os ativos (os que fumam mesmo) quanto os passivos (os que convivem com fumantes).
"Riscos de câncer no pulmão aumenta quatro vezes após 25 anos de fumante passivo", diz o médico José Rosemberg, 80, professor de tuberculose e pneumologia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
Os problemas decorrentes do cigarro podem ser graves. O jornalista aposentado José Carlos Gomes, 60, que fumou três maços por dia durante 45 anos, perdeu as duas pernas -teve de amputá-las acima do joelho- por complicações decorrentes do cigarro.
Segundo o médico Rosemberg, a nicotina obstrui os vasos sanguíneos, comprometendo a circulação. Foi o que aconteceu com Gomes, que levou ao congresso toda a documentação de seu caso.
(LPz)

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