São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Rennó deve sair depois de lei regulamentar fim do monopólio

Planalto quer novo executivo para enfrentar concorrência

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Petrobrás, Joel Rennó, deve permanecer no cargo apenas até a aprovação da regulamentação do fim do monopólio estatal do petróleo pelo Congresso.
O Palácio do Planalto e os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Sérgio Motta (Comunicações) já discutem a substituição de Rennó após a aprovação, pelo Congresso, do projeto de regulamentação.
A Folha apurou que o Planalto considera que Rennó não é o executivo ideal para comandar a Petrobrás no momento em que a empresa começar a enfrentar competidores e preços liberados.
Rennó é classificado como corporativista no Planalto e na Fazenda. Ele está há quatro anos na presidência da Petrobrás, onde chegou por indicação do presidente Itamar Franco.
Rennó é acusado de defender uma posição de ampliação das atividades da Petrobrás quando a decisão política do governo é reduzir cada vez mais a presença da empresa, preparando-a para uma eventual privatização no futuro.
Reajustes
O relacionamento de Rennó com o Ministério da Fazenda está desgastado por causa das reivindicações constantes por novos reajustes dos combustíveis.
A Fazenda acredita que a Petrobrás precisa se preocupar em reduzir custos operacionais e se preparar para a liberação de preços.
A liberação do preço dos derivados de petróleo ocorrerá no prazo de até 36 meses depois da sanção, pelo presidentes da República, da lei de regulamentação da quebra desse monopólio estatal.
Além disso, reajuste de combustíveis tem impacto inflacionário, com repercussão sobre os demais preços da economia.
Privatização
Apesar de o projeto de regulamentação da quebra do monopólio estatal do petróleo não determinar a privatização da Petrobrás, o governo pretende preparar a estatal para isso.
Rennó considera que a Petrobrás somente será competitiva se o governo fizer um acerto rápido com a empresa sobre a dívida de mais de US$ 6 bilhões com a estatal.
Subsídios
Esses recursos representam subsídios mantidos pelo governo federal que não foram pagos pelo Tesouro Nacional.
Até agora, não houve consenso entre a Secretaria do Tesouro Nacional e a Petrobrás sobre o pagamento do débito.
O presidente da Petrobrás, por intermédio da assessoria de imprensa da estatal, não quis se pronunciar sobre o assunto.

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