São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Rurópolis vira cidade fantasma

DA AGÊNCIA FOLHA, EM APUÍ (AM)

A vila de Rurópolis, a 36 km da sede de Apuí, está se transformando em uma cidade fantasma.
Rurópolis foi projetada e construída pelo Incra, na década de 80, para ser a sede do município de Apuí. Hoje, cerca de 70 famílias vivem no que resta da cidade, em prédios abandonados que já foram, por exemplo, residência dos funcionários do Incra.
Segundo o Incra, a cidade deveria servir de abrigo para os sem-terra enquanto aguardassem os lotes do assentamento. Isso evitaria, segundo o instituto, os problemas de invasão existentes hoje.
A família Marmentini, uma das que detém o poder político no município, nunca permitiu a transferência da sede de Apuí -uma vila já existente quando o assentamento começou- para Rurópolis.
A construção de prédios públicos, como a sede da prefeitura e o Fórum, em Apuí, evitaram a mudança. Aos poucos os estabelecimentos comerciais de Rurópolis foram falindo.
"Essa foi uma estratégia que nós adotamos para que a área urbana da cidade não crescesse. A obrigação de quem vem para cá é morar no lote", diz o ex-prefeito Vitor Marmentini (PL).
Durante sua gestão, Marmentini mandou desmontar as casas de Rurópolis para obras em Apuí.
"A cidade já estava abandonada e a madeira retirada foi usada na construção de escolas", diz.
Atualmente, o crescimento de Apuí encontra-se limitado por terrenos de três proprietários. Entre eles, o de Amilton Marmentini, tio do ex-prefeito, cujo terreno foi recentemente invadido.

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