São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Estudantes passam por 'provão' desde 92

ROGÉRIO SIMÕES
DO ENVIADO A MINAS GERAIS

Desde 1992, todas as escolas da rede estadual mineira passam por um processo de avaliação externa.
Os alunos da 3ª, 5ª e 8ª séries do 1º grau, além dos da 2ª série do 2º grau e dos cursos de magistério, fazem a prova.
Segundo Maria Alba de Souza, 48, diretora de avaliação do ensino da secretaria da Educação, o processo já foi assimilado pelas escolas e tornou-se uma atividade "normal" na rede.
O exame é realizado todo ano, mas em dois grupos diferentes de séries: um deles passa pelo teste nos anos pares, e o outro, nos anos ímpares.
A 3ª série faz a prova em março para que seja avaliada, segundo Maria Alba de Souza, a capacidade do aluno que acabou de deixar o CBA (Ciclo Básico de Alfabetização) de seguir no ensino fundamental.
Em novembro, é realizado o teste nas demais séries.
Para a 3ª série, são ministradas provas de português, ciências e matemática. A partir da 5ª, são gradualmente introduzidos outros temas, como conhecimentos gerais e biologia. Todos os testes, em todas as séries, incluem ainda uma redação.
Os primeiros resultados mostram, segundo Maria Alba, uma evolução mais significativa entre as turmas de 3ª série.
Geograficamente, as tradicionais diferenças regionais do Estado permanecem. "A região sul se sobressai sobre as outras." Segundo ela, o norte e o nordeste do Estado ainda apresentam os piores resultados.
As provas são compostas de questões de múltipla escolha. Quando recebem seu resultado, as escolas têm acesso não ao desempenho detalhado dos outros colégios, mas à média estadual, para comparar o seu resultado com o do restante da rede.
Além do exame, no mesmo dia a secretaria distribui dois questionários: um é respondido pelo diretor, e outro, pelos alunos.
O diretor é questionado sobre as condições da escola, se a biblioteca é suficiente, se há carência em infra-estrutura etc.
Já os alunos respondem a perguntas sobre seus métodos de estudo -como quanto tempo dedicam em casa às tarefas da escola, quantas horas passam por dia diante da televisão, entre outras.
Assim como o provão aplicado no ano passado pelo Ministério da Educação em instituições do ensino superior, a avaliação do governo mineiro enfrenta críticas pelo método adotado.
O sindicato dos professores da rede, o Sind-UTE, tem atacado a atual forma de avaliação.
"Com o princípio da avaliação, nós concordamos", diz Ércio Sena, diretor do sindicato. "Mas as provas não podem ser padronizadas."

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