São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Briga na Assembléia pode atrasar rodízio

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa política entre o PT e o PSDB na Assembléia Legislativa paulista pode atrasar ainda mais o início do rodízio de veículos na região metropolitana de São Paulo.
O projeto de lei enviado pelo governador Mário Covas no dia 26 de março autorizava o Executivo a implantar o programa de restrição de circulação de carros a partir de maio. Mas como o projeto ainda tramita na Assembléia, o início foi remarcado para o dia 2 de junho.
Mas a bancada petista ameaça obstruir a votação e retardar novamente o início do rodízio, caso os deputados governistas insistam em desprezar as emendas propostas pelo PT.
A oposição usa a mesma tática adotada em 96, quando o projeto só foi aprovado em uma votação apertada (40 a 37) depois de três meses de discussão na Assembléia.
Entre as 65 emendas apresentadas ao projeto por todos os partidos este ano, o PT propõe a redução do valor da multa e a realização do programa apenas este ano. O governo é contra (veja quadro nesta página).
Para driblar os interesses petistas, a bancada governista vem fazendo manobras políticas para que nenhuma das emendas do PT seja contemplada nos pareceres das comissões técnicas.
Tática
Até agora, a tática vem dando certo. As duas primeiras comissões aprovaram o projeto sem a inclusão das emendas petistas.
Para a terceira comissão (Assuntos Metropolitanos) foi indicado como relator o deputado Renato Simões (PT). A bancada governista faltou à votação, invalidando o parecer que reincluía as propostas da oposição.
O presidente da Assembléia, Paulo Kobayashi (PSDB), nomeou anteontem como relator especial da comissão o deputado Clóvis Volpi (também do PSDB), que deve vetar as emendas petistas.
Para tentar contornar a situação, o líder do PT na Assembléia, José Bacarin, marcou para terça-feira uma reunião com lideranças governistas. "O governo tem barrado nossas emendas, mas vamos tentar um acordo. Se não conseguirmos incluir as emendas do PT, vamos obstruir ao máximo a votação", disse.
A Folha apurou que lideranças governistas não aceitarão essas modificações no projeto de lei, o que deve acirrar a disputa política.
Os deputados petistas podem obstruir a votação com discussões sobre o projeto por até 12 horas. O governo teria de se mobilizar para acelerar a tramitação, inclusive com plantão durante a madrugada no plenário.
"Já que eles estão passando por cima de nós com o regimento a favor deles, vamos usar nossas armas", afirmou o líder do PT.

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