São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Desunião sindical marca atos na Argentina

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

O Dia do Trabalho na Argentina ressaltou a falta de unidade entre as centrais sindicais do país, que não organizaram nenhuma manifestação conjunta. A Argentina possui cerca de 2,5 milhões de desempregados.
Os atos ocorridos ontem foram tranquilos, e não foram registrados incidentes. Em pelo menos um ponto as centrais sindicais argentinas estão de acordo: todas elas criticaram a política econômica do governo federal.
A cúpula da Confederação Geral do Trabalho se reuniu em Córdoba (a 713 km de Buenos Aires) para uma missa. A Congresso dos Trabalhadores Argentinos organizou manifestações em Córdoba, Paso de los Libres e Buenos Aires.
Outras centrais menores, assim como partidos de oposição ao governo federal, realizaram protestos em diferentes pontos de Buenos Aires.
As duas principais centrais não conseguem chegar a acordo sobre uma nova greve geral no país. A CTA defende que ela ocorra na segunda quinzena deste mês, mas a CGT ainda não se posicionou.
Caminhões
A Federação Nacional dos Caminhoneiros (ligada à CTA), suspendeu ontem o protesto que vinha sendo feito há quase uma semana em Paso de los Libres (divisa da Argentina com o Brasil e o Uruguai).
Cerca de 2.000 caminhões ficaram parados à margem das estradas da região, mas sem impedir o tráfego de outros veículos.
O titular da organização sindical, Hugo Moyano, reafirmou que está sendo organizada uma carreata de protesto até Buenos Aires (cerca de 767 km).
Cuba
O presidente Fidel Castro saudou mais de 1 milhão de pessoas que marcharam pela Praça da Revolução, em Havana, a capital do país, em comemoração do Dia Internacional do Trabalho.
Durante mais de duas horas os trabalhadores passaram por Fidel e pela estátua do herói cubano José Martí. O símbolo central da marcha foi a imagem do guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara, colaborador de Fidel durante a Revolução Cubana.
Na cidade do México, um grupo de cubanos participou da marcha pelo Dia do Trabalho recolhendo dinheiro a fim de construir uma estátua de Guevara naquele país.
A televisão cubana disse que 1,3 milhão de pessoas assistiu a marcha em Havana. Elas chegaram à capital em 1.500 ônibus, apesar da escassez de gasolina no país.
Os cubanos protestaram contra o embargo econômico imposto pelos EUA, que provoca falta de combustíveis, remédios, alimentos e produtos sanitários.

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