São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Sindicatos fazem passeata na França

MARTA AVANCINI
DE PARIS

A luta contra o desemprego uniu, pela primeira vez em 14 anos, três das principais centrais sindicais em passeatas de Primeiro de Maio que ocorreram ontem em diversas cidades da França.
Em Paris, cerca de 23 mil pessoas, segundo a polícia, percorreram o trecho entre as praças da República e da Nação. Os organizadores estimam em 60 mil o número de manifestantes.
"O momento é de união. É assim que vamos conseguir criar uma nova consciência", disse à Folha Louis Viannet, secretário-geral da CGT (Confederação Geral do Trabalho).
Estatísticas divulgadas nesta semana indicam que o desemprego na França atinge 12,8% da população economicamente ativa, ou cerca de 3 milhões de pessoas.
Além da CGT, a passeata reuniu trabalhadores ligados à FO (Força Operária), CFDT (Central Francesa Democrática dos Trabalhadores) entre outras federações e sindicatos.
Divergências
Apesar da defesa da unidade, as diferenças pessoais entre os líderes das centrais impediram que eles participassem juntos da passeata em Paris. Marc Blondel, por exemplo, líder da Força Operária, participou de um encontro em Bordeaux (oeste da França).
A ausência de Blondel foi criticada pelos militantes. "É uma pena que ele não esteja presente. Precisamos pensar em soluções conjuntas", disse Gilles Vaucouleur, secretário-geral da Força Operária na região de Paris.
Alternativos
Outra passeata, também intersindical, partiu ontem da praça da República em direção à praça da Bastilha, em Paris.
As bandeiras são as mesmas da chamada "passeata oficial" -luta contra o desemprego e o racismo.
"Estamos aqui para protestar contra todas as formas de exclusão", disse Jean-Michel Barrière, sindicalista ligado à SUD (Solidariedade, União e Democracia).
Segundo a polícia, a passeata reuniu 60 mil pessoas, que também contou com representantes de grupos de combate ao racismo.
Em Toulouse (sul da França), desempregados que estão participando da "Marcha Européia contra o Desemprego" fizeram uma passeata.
A marcha reúne desempregados de nove países europeus e um africano. O objetivo é caminhar até Amsterdã (Holanda), onde devem chegar em 14 de junho para realizar um protesto.

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