São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Mobutu vai renunciar, dizem rebeldes

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os rebeldes do Zaire disseram que seu inimigo, o presidente Mobutu Sese Seko, aceitou renunciar. Nem o governo nem os negociadores da crise confirmam a decisão.
A passagem do poder seria formalizada durante reunião em um navio sul-africano, provavelmente hoje. A data também é controversa: o presidente sul-africano, Nelson Mandela, diz que o encontro acontece hoje; auxiliares de Mobutu pediram adiamento até amanhã; os rebeldes dizem que seu líder, Laurent Kabila, só pode comparecer no domingo.
A renúncia de Mobutu sempre foi imposta por Kabila como uma precondição para o encontro. Mas anteontem, o embaixador norte-americano nas Nações Unidas, Bill Richardson, se reuniu com Mobutu e disse que não havia precondições para a reunião.
Não foi o que os rebeldes disseram ontem. "Estamos contentes que Mobutu tenha concordado em em vir e negociar uma, e só uma, coisa: deixar o poder", disse o "ministro das Relações Exteriores" dos rebeldes, Bizima Karaha.
O encontro está marcado para acontecer a bordo do SAS Outeniqua, um navio sul-africano. Ontem, o governo da África do Sul deu detalhes da operação que deve permitir a reunião.
Hoje de manhã, Mandela vai de Johannesburgo a Pointe Noire (litoral do Congo), perto de onde o navio está. Lá ele deve encontrar Mobutu e o presidente congolês, Pascal Lissuda. Os três seguem para o barco de helicóptero.
Já o rebelde Kabila será ciceroneado pelo vice de Mandela, Thabo Mbeki. Os dois vão se encontrar em Luanda, capital de Angola, para de lá chegar até o barco.
Kabila estará hoje em Angola como parte de sua estratégia diplomática regional. Ontem, ele visitou o presidente de Zimbábue, Robert Mugabe. Em Harare, capital do país, Kabila disse que a reunião não implica um cessar-fogo.
As forças rebeldes estão atualmente a 500 km de Kinshasa, capital do Zaire. Os rebeldes acreditam que, se a guerra civil continuar, vão tomar a cidade em 15 dias.
Em seguida, Kabila foi para Angola. Horas depois, o negociador norte-americano chegou a Luanda, prometendo discutir a crise com líderes angolanos.

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