São Paulo, domingo, 4 de maio de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Laudo vai desmentir versão de Rambo
JOÃO PAULO SOARES
O Laboratório de Fonética Forense da Unicamp, em Campinas (99 km de São Paulo), conclui nesta semana o laudo sobre as cenas, gravadas por um cinegrafista amador e mostradas na televisão. A Folha apurou que o laudo terá mais de 120 páginas e cerca de 50 fotos, que vão ilustrar as sobreposições das imagens da fita original com as gravadas na reconstituição. A cena do disparo contra Josino foi filmada pelo cinegrafista amador, mas, na hora do tiro, o carro sai do alcance da câmera. Em depoimento à CPI da Violência Policial, da Assembléia Legislativa, Rambo disse que atirou para baixo -e não em direção ao carro. O laudo da Unicamp deve mostrar ainda, por meio de aproximação de imagem, que a arma usada por Rambo durante ações na favela tem o cabo marrom. Isso significa que ele não estava usando revólver da PM, que tem cabo preto. A reconstituição da cena, feita há dez dias, vai mostrar que a posição de Rambo e o ângulo de seu braço, no momento do disparo, não deixam dúvidas de que o tiro tomou a direção do conferente. O laudo da Unicamp também vai detalhar os diálogos do local. Os peritos do Laboratório de Fonética Forense gravaram mais de 20 sequências de conversas entre os policiais e as vítimas, além de diálogos entre os próprios PMs. A pedido da CPI, a Unicamp tenta determinar se as conversas, principalmente entre PMs, caracterizam as ações como rotineiras. A Folha apurou que a análise mostrará, ainda, indícios de policiais extorquindo pelo menos uma das pessoas que aparecem na fita. Outro ponto que deverá ser esclarecido pelo laboratório diz respeito a um disparo dado fora do alcance da câmera. Texto Anterior: 'Verticalizar é mais barato' Próximo Texto: Lojas abrem para compras do Dia das Mães Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |