São Paulo, domingo, 4 de maio de 1997
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'Verticalizar é mais barato'

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal do Planejamento, Gilberto Kassab, diz que a proposta do novo Plano Diretor não está fechada. "Podemos alterá-la", diz.
Ele afirma que as críticas são bem-vindas. "Isso é muito bom. Assim podemos corrigir as imperfeições. Contamos com o apoio da sociedade para elaborar um plano muito próximo do ideal", diz.
Kassab, no entanto, rebate a acusação de que o centro expandido não tem capacidade, principalmente viária e de transporte, para receber mais pessoas.
"Nós queremos estimular a construção de moradias na região central, o que diminuiria o número de viagens. Muita gente passaria a trabalhar e morar no mesmo local", diz Kassab.
Dados da prefeitura mostram que 3 milhões de pessoas circulam pelo centro diariamente.
"Mas apenas 10% moram na região. A infra-estrutura que é utilizada durante o dia fica completamente ociosa no período noturno", diz Kassab.
O secretário estima que uma outra cidade poderia ser construída no território atual. Kassab afirma que existe disponibilidade para a construção de cerca de 800 milhões de metros quadrados.
Essa metragem seria a diferença entre a capacidade estrutural da cidade e a área construída, de acordo com os limites impostos pelo zoneamento.
"Não tem cabimento estimular o crescimento horizontal quando há espaço para crescer verticalmente na cidade. Sai muito mais caro horizontalizar", diz Kassab.
Pequeno crescimento
O urbanista Paulo Bastos afirma que a tese do secretário não condiz com a realidade. "São Paulo está parando de crescer. Nos últimos cinco anos, o crescimento foi de apenas 0,3%."
Para ele, incentivar a verticalização da cidade é favorecer a especulação imobiliária.
O prefeito Celso Pitta disse, durante a apresentação do projeto, no mês passado, que o novo Plano Diretor deverá ser o principal instrumento da política de desenvolvimento urbano do município.
Segundo ele, a cidade tem condições de suportar o adensamento populacional.

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