São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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'Otimismo durou pouco'

The Economist
de Londres

DA "THE ECONOMIST"

A "The Economist" afirma que os problemas enfrentados por Fernando Henrique Cardoso mostram que "a batalha para a mudança no Brasil necessita da mesma dedicação permanente que o presidente dispensou com tanto êxito à causa de sua própria reeleição".
O semanário publica reportagem sobre os problemas enfrentados por FHC. Segundo a revista, há três meses, com a aprovação da emenda da reeleição, o presidente parecia ter aberto caminho para a implementação do programa de reformas de seu governo.
O otimismo do governo durou pouco. A privatização da Companhia Vale do Rio Doce foi impedida por decisão judicial.
"Apesar de irritante, o atraso judicial não é fatal para os ambiciosos planos de privatização do governo. Mais preocupante é a resistência teimosa de alguns de seus aliados nominais contra os planos de reforma do serviço público e do sistema de pensões."
A revista relata que a reforma no funcionalismo público foi aprovada com a ressalva de manter os próprios parlamentares fora do teto salarial de US$ 10 mil.
Por causa da pressão popular, o presidente retirou o privilégio, mas membros de sua coalizão se vingaram. Enquanto ele estava no Canadá, foi aprovada emenda da oposição enfraquecendo a reforma.
"Autoridades admitem que a reforma não será aprovada antes do fim do ano, e mesmo essa previsão pode ser considerada otimista."
A revista afirma que, por causa do atraso nas reformas, o governo deve ter dificuldade em conseguir dinheiro para financiar as reformas sociais, pelas quais vem sendo cobrado.
"A situação ficou mais dramática no mês passado, quando 2.000 membros do movimento dos sem-terra se reuniram em Brasília depois de uma marcha de dois meses", diz a revista.
"Até a realização da marcha, Cardoso não se incomodou em encontrar os sem-terra. Agora, ofereceu consultas permanentes."

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