São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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As pazes

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Passou ao "tom de quem quer fazer as pazes com o Poder Judiciário". Elogiou a Justiça, disse ter esperança de decisão positiva, declarou sua paciência, tranquilidade.
"Mudou radicalmente o discurso" e adiantou, de início, pouco. Da Globo News:
- O governo perde mais uma. O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu manter a liminar correspondente à ação de um grupo de juristas liderado por Celso Antônio Bandeira de Mello.
Sempre ele. Os advogados do BNDES não vencem uma sequer, no TJ paulista.
Quanto ao STJ, enquanto FHC baixava o tom, outros subiam. E o ministro Demócrito Reinaldo era acusado, por escritório de advogados, de "parcialidade".
- Eles dizem que o ministro andou dando declarações antes do tempo e não pode mais julgar o caso...
Sob o carinho de FHC e a pressão dos advogados, o ministro esforçava-se por decidir ontem mesmo, diante de uma "pilha de documentos".
Uma decisão tomada nada livremente. Mas ele decidiu. Ainda na Globo News, que assumiu de vez, ontem, a primazia da cobertura:
- O ministro Demócrito Reinaldo acaba de suspender as 27 ações e o efeito de todas as liminares que impedem a privatização... O governo pode realizar a venda da Vale a qualquer momento...
Entre o morder e o assoprar, FHC venceu, afinal.
*
Na segunda semana em que os advogados e juízes ocuparam o centro do palco midiático, a Justiça era enaltecida ontem, por conta da decisão de sequestrar bens do ex-governador Luiz Fleury.
Foi uma "denúncia grave, gravíssima", na expressão de um âncora, que vai obrigar Fleury a "mostrar muito mais" do que as desculpas de sempre, "na Justiça".

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