São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Professor não tem de saber informática

LUCIANA BENATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O professor, hoje, não precisa saber manipular um computador, mas tem de aprender a compreender o universo mental dos alunos, que têm o raciocínio marcado pela lógica cibernética.
Essa é a opinião de Luiz Busato, professor da Universidade de Grenoble (França) e um dos conferencistas do primeiro dia do Educador 97 - 4º Congresso Internacional de Educação, que teve coordenação científica da USP (Universidade de São Paulo).
O congresso começou ontem, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, reunindo cerca de 4.000 participantes, a maioria diretores de escolas da rede particular.
Para Busato, que falou sobre a educação e as novas tecnologias de comunicação, o professor tem de adquirir uma cultura instrumental que permita que ele compreenda a maneira de pensar de seus alunos.
Segundo ele, mesmo os alunos das classes sociais menos favorecidas têm esse tipo de raciocínio.
"Existem excluídos do sistema econômico, mas não do sistema cultural. Gente que não está ligada ao mundo não existe."
Ele diz que o centro das preocupações deve ser o aluno.
"O professor da escola pública não precisa se martirizar porque não sabe utilizar a máquina ou dizer que trabalha em uma escola miserável", diz.
Ele afirma que o professor deve estar extremamente atento à "forma mental" do aluno.
Ele considera prioritária a valorização do ensino público, com políticas de longo prazo.
Robótica
Paralelamente ao congresso, que prossegue hoje sob a coordenação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e vai até quinta-feira, o Anhembi também está recebendo a Educar 97 - Feira Internacional de Educação.
A maioria dos 350 expositores da feira é do setor de informática e traz novidades tecnológicas na área de programas educacionais.
Um dos destaques é o Economatics, um sistema para a aprendizagem de princípios de automação e robótica para crianças a partir de 5 anos.
O sistema é formado por um kit de peças e engrenagens para montar que, ligadas a um programa especial de computador por meio de uma interface, funcionam como pequenos robôs.
Encaixando as peças, a criança monta equipamentos como empilhadeiras, tornos e esteiras rolantes. Encadeando comandos no computador, o aluno faz com que os mecanismos funcionem.

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