São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Um Dodô que vale por uma Ro-Ro

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Meus amigos, meus inimigos, a quadra de qualificados para as semifinais da Copa do Brasil não poderia ter sido melhor escolhida.
Se somarmos os atrativos que o quarteto pode oferecer, veremos que eles são pródigos em qualidade técnica, em competitividade, em tradição, em apelo emocional e em capacidade de gerar expectativa.
Na distribuição da composição geofutebolística, apenas Minas Gerais não participará, mas isso é normal em um torneio que faz uma peneira em ritmo tão intenso quanto o que ocorre na Copa do Brasil.
Ponderados todos os fatores, verifica-se que há um equilíbrio acima da média entre os competidores, o que faz supor que teremos uma das melhores semifinais desse torneio.
O Grêmio, como se pôde conferir no sábado, é o conjunto taticamente mais estável. Time que cresce diante dos desafios, tem sido um habitual frequentador de finais nos últimos anos, mantendo em elenco durável. Em casa, no sistema mata-mata, dificilmente sai de uma competição.
O Flamengo pode não ser nem o time como melhor desempenho no futebol carioca, no momento nem o time mais ajustado entre os quatro que disputam as semifinais.
Mas tem o melhor jogador do Brasil, em um momento de grande inspiração: Romário, aquele que faz a diferença. Além disso, tem o peso da tradição na sua praia. O Mengo, em fase decisiva de um torneio de escala nacional, não é o Bota, mas também é fogo.
Há ainda um grande equilíbrio entre os dois times paulistas, talvez, tecnicamente, os melhores equipados entre os quatro qualificados.
Palmeiras e Corinthians baixaram o rendimento ultimamente. Mostram uma certa irregularidade, uma certa dificuldade para manter o padrão altíssimo que conseguem atingir, mas, até por isso mesmo, deve-se esperar melhor desempenho do alvis, o verde e o negro.
Entre os dois, o Corinthians tem uma vantagem extracampo: tem um banco melhor, gerando um portfólio de opções mais amplo para Nelsinho.
O Palmeiras, quando perde alguns titulares, não tem peças de reposição da qualidade exigida pelo time. Em compensação, quando tem Cafu, Cléber, Djalminha e Viola em campo, saí de baixo.
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Como o futebol brasileiro anda com sorte, tudo indica que a fase final do Campeonato Paulista, se outros fatores não mudarem o andamento, ganhou uma refrescante atração com o crescimento da performance do São Paulo, que tem um Dodô que vale pela Ro-Ro.
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São-paulino que está feliz é o Cassio Garbus Mendes, com quem fiz uma pequena dupla, no sábado, nas filmagens de "Boleiros", do Ugo Giorgetti.
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Três tipos de comemoração de gols que não me agradam: o pedido de silêncio para a torcida adversária, o abraço no técnico e a mula-sem-cabeça, com a camisa encobrindo a cara do jogador. O Rodrigo Graal, do Grêmio, adotou as três em um só gol, sábado.
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Túlio sai de campo. Corta. Maria Callas canta: "Ó mio bambino caro..." Corta.

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