São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997 |
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Guilhotina
MELCHIADES FILHO Em equipe que está ganhando, mexe-se, sim senhor. Pelo menos é dessa forma que pensa o dono do Chicago Bulls.Símbolo da expansão global da NBA, o time está em plena cruzada pelo quinto título nos anos 90. Isso, porém, não inibiu o empresário Jerry Reinsdorf de arquitetar seu desmanche. O mexerico começou a quicar em março. Deve voltar com tudo nesta semana, em razão de reportagem da próxima edição da revista "Sports Illustrated". Reinsdorf disse ao semanário que teme repetir o calvário do Boston Celtics, que não esboçou reação enquanto seus astros dos anos 80 definhavam e que hoje precisa lutar para fugir da lanterna da competição. Os Bulls já mostram sinais de saturação, tanto fora como dentro das quadras. Continuam o time mais popular dos EUA, revela pesquisa anual do instituto Harris. Mas, de 1993 para cá, sua legião de fãs caiu de 35% para 28%. Podem até ter cumprido neste campeonato a segunda melhor campanha da história da NBA, com 69 triunfos em 82 jogos. Não repetiram, porém, o brilho do torneio passado, quando levaram aos playoffs um recorde de 72 vitórias. Perderam, sobretudo, a aura de invencíveis. Com média de 31,1 anos, os Bulls lideram a NBA em quilometragem. Michael Jordan, o melhor jogador de todos os tempos, tem 34; o versátil Scottie Pippen, 31; o reboteiro Dennis Rodman, quase 36. Jordan, por exemplo, não conseguiu alcançar a média de 30 pontos por jogo -a primeira vez que isso ocorre desde sua temporada de estréia. Seu contrato (US$ 30 milhões/ano) termina em julho. A renovação, anuncia sem medo Reinsdorf, depende do destino da equipe nestes playoffs. Resta saber o quanto disso tudo é artifício do empresário para instigar seus comandados. Para mim, o papo é sério -mas a repaginação só deve acontecer para valer em 1998. Texto Anterior: Um Dodô que vale por uma Ro-Ro Próximo Texto: Lâmina 1; Lâmina 2; Lâmina 3 Índice |
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