São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Secretário nacional dos direittos humanos discorda de ex-senador

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário nacional dos Direitos Humanos, José Gregori, discorda das afirmações de Jarbas Passarinho de que esteja ocorrendo uma "baderna" no país.
"Eu tenho convicção de que vivemos num Estado de Direito. O governo está disposto ao diálogo, mas nenhuma decisão judicial deixou de ser cumprida", afirmou Gregori.
Ele disse lamentar que o ex-senador tenha interpretado a disposição ao diálogo com o MST como desrespeito à ordem. "Esse é um problema que se tornou sério principalmente 20 anos antes do governo FHC", disse Gregori.
Na sua avaliação, Passarinho teria muito a contribuir se continuasse no núcleo de fiscalização do Programa Nacional de Direitos Humanos.
"O núcleo só iria ter reunião no dia 13 de maio para avaliar um ano de criação do programa", afirmou Gregori.
Desaparecidos
Suzana Lisboa, representante das famílias na Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos, disse que a indenização aprovada no caso de Carlos Lamarca nada tem a ver com a pensão de R$ 2.000 paga pelo Exército.
"Essa indenização foi aprovada porque Lamarca foi executado após ter sido preso por agentes do Estado", afirmou ela.
Na sua opinião, Passarinho deveria continuar no núcleo criado pelo governo. "Para defender os direitos humanos e não para defender o regime militar", disse ela.
O líder sem-terra José Rainha Jr. não quis comentar as afirmações de Passarinho de que o MST é um "partido revolucionário".
Segundo ele, "Passarinho não merece resposta porque sempre defendeu o regime militar, tem idéias ultrapassadas e não sabe que o tempo mudou".

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