São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Vale investiu R$ 84 mi em obras sociais

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A Vale do Rio Doce investiu R$ 84 milhões em projetos sociais entre 1993 e 1996 por intermédio da RDRI (Reserva para o Desenvolvimento das Regiões sob Influência da Vale do Rio Doce). Desse valor, 80% são empréstimos reversíveis (que têm de ser pagos) e 20%, a fundo perdido (não têm de ser pagos).
Os empréstimos vão desde R$ 5,5 milhões para reforma de uma estrada em Governador Valadares, em Minas Gerais (que terão de ser pagos), até pequenas doações, como R$ 990 para compra de cadeiras escolares na comunidade de São Sebastião, no Maranhão.
O RDRI tem por objetivo auxiliar os municípios onde a Vale do Rio Doce atua.
Os recursos são distribuídos proporcionalmente à participação dos municípios no faturamento da empresa. São 155 cidades em oito Estados. Quando era estatal, a mineradora tinha de investir até 8% de seu lucro nessas regiões.
Privatizada a empresa, a RDRI será extinta e os novos controladores depositarão, provavelmente amanhã, R$ 85 milhões no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a criação de um novo fundo de auxílios aos municípios.
O BNDES entrará com mais R$ 115 milhões para formar um fundo de R$ 200 milhões.
Em um período de dez anos, a Vale do Rio Doce privatizada terá a receber cerca de R$ 100 milhões da parcela de recursos reversíveis.
Acompanhamento
O BNDES, que vai gerir o fundo -até hoje de responsabilidade da Vale-, pediu auxílio à mineradora para que repassasse a tecnologia de acompanhamento e fiscalização da utilização dos recursos.
O problema do BNDES é que ele está acostumado a gerir grandes montantes.
Os técnicos da Vale acompanham a utilização das verbas de perto. A cada parcela liberada, uma equipe da empresa fiscaliza a obra e se certifica que o cronograma está sendo obedecido. Só depois disso outra parcela é liberada.
No exercício do ano passado, Minas Gerais foi o Estado que ficou com a maior parte dos recursos: 44,05%. Depois, vêm o Pará, com 22,70%, Espírito Santo, com 18,88%, Maranhão, com 9,70%, Sergipe, com 1,80%, Bahia, com 1,60% e Tocantins, com 0,21%.
Entre os empréstimos não-reversíveis (doações), o maior previsto em 1996 era de R$ 195 mil para a conclusão da segunda etapa do Museu de Ciências Naturais, em Belo Horizonte (MG).
As doações, entre outras finalidades, destinam-se a cursos profissionalizantes, manutenção de orfanatos, ampliação de creches, calçamento de ruas e aquisição de ambulâncias e carros de polícia.
Entre as doações, está uma para a restauração do Solar Tinoco, onde nasceu Israel Pinheiro, o primeiro presidente da Vale do Rio Doce.

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