São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Salários variam de R$ 300 a R$ 1.000

DA REPORTAGEM LOCAL

A maior parte dos pequenos traficantes de São Paulo atua no tráfico de drogas para sustentar o próprio vício. A opinião é do diretor do Denarc, Marco Antonio Martins Ribeiro de Campos.
Esses microtraficantes compram a droga, principalmente crack, de traficantes maiores e a revende, ficando com uma parte para o consumo próprio.
Além de viciados, desempregados formam grande parte do exército das drogas.
Sem emprego, aceitam fazer segurança, estocar ou entregar drogas para traficantes, recebendo entre R$ 300 e R$ 1.000 por mês, segundo Ribeiro de Campos.
Acima desses microtraficantes, estariam os traficantes, que compram droga em regime de consignação de chefes de tráfico.
Esses médios traficantes já contam com alguns funcionários, como olheiros, aviões e seguranças, e são responsáveis pela proteção ao chefe do tráfico.
Bolívia
O chefe do tráfico, considerado pela polícia como traficante de porte médio, compra grandes quantidades de droga diretamente da Bolívia ou da Colômbia.
"Esse traficante mora na favela, tem grande poder sobre a população e intimida os pequenos traficantes que trabalham para ele. Pelas contas do Denarc, há cerca de 80 traficantes desse porte em São Paulo", diz Ribeiro de Campos.
Acima desse, estão os grandes traficantes de drogas, responsáveis pelo tráfico internacional.
"Esses grandes traficantes normalmente se passam por empresários e têm grandes empresas de fachada para lavagem de dinheiro. É difícil chegar a eles, pois são discretos e estão infiltrados em todos os setores da sociedade."

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