São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Relações internacionais buscam novo alvo

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Obter trabalho nos tipos de empresa que mais empregam -as pequenas e médias. Esse é o próximo investimento dos profissionais de relações internacionais.
Se falar em globalização e internacionalização já virou lugar-comum, esse profissional ganha espaço por conta da iniciativa privada, ávida por novos mercados.
A carreira -nova e sempre confundida com comércio exterior- permite que o profissional atue em entidades como embaixadas, agências governamentais, câmaras de comércio e na iniciativa privada. Ele funde conhecimentos de direito e economia.
O raciocínio é o seguinte: se uma multinacional já chega com toda a força em um mercado, os principais empregadores do graduado em relações internacionais são as médias e pequenas organizações.
Já as grandes precisam dele para conseguir informações detalhadas sobre estabilidade política e econômica, além de análises sobre os valores culturais do país onde está ou pretende investir.
Curso novo
O curso é tão novo que ainda não há formados pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), única que oferece graduação no Estado de São Paulo. A universidade só vai formar seus alunos a partir do próximo ano.
As pioneiras do gênero foram a UnB (Universidade de Brasília) e a Unesa (Universidade Estácio de Sá), do Rio. Há pequenas diferenças entre elas. Enquanto a UnB é mais voltada à carreira diplomática, a Unesa se preocupa com comércio exterior.
"O curso da PUC tem um perfil mais multidisciplinar, com ênfase a quem quer prestar assessoria a empresas não-governamentais", afirma Paulo Resende, 64, coordenador do curso da PUC.
As médias salariais são mais altas -mas isso não ocorre por acaso. Para se ter uma idéia, um estagiário do Departamento de Assuntos Internacionais da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) recebe uma bolsa-auxílio de aproximadamente R$ 900. Para comércio exterior, esse valor está entre R$ 600 e R$ 700.
Resende, com bom humor, afirma que dominar outros idiomas não é pré-requisito para entrar no curso. "Mas é para sair dele", diz. Há também exame de proficiência em português.
Um bom preparo ao longo dos quatro anos pode proporcionar um salário inicial entre R$ 3.000 e R$ 5.000. Outro ponto importante é o sacrifício humano na carreira.
Não é todo mundo que vai trabalhar em Londres ou Paris. No roteiro desse profissional, podem estar vários países da América Latina, África e Ásia.

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