São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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CBF 'escala' time da Copa do Mundo para promoção

MARCELO DAMATO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Uma promoção de um refrigerante promete acender, com um ano de antecedência, a polêmica sobre os convocados para a Copa do Mundo da França.
A Coca-Cola, patrocinadora da seleção brasileira, lança amanhã a promoção "Futcards", que vai distribuir brindes a quem encontrar tampinha ou selo de copo com a inscrição "vale um ....".
O ponto principal dessa promoção, que também dá bolas, bolsas térmicas, e "card goals" (leia texto nesta página), são os "futcards", que formam uma série de 60 cartões, 55 deles com jogadores "selecionáveis" para a Copa do Mundo de 1998.
"Quem está nos cards tem chance de ir para a Copa. A lista foi nossa, mas a Confederação Brasileira de Futebol nos deu aval sobre ela", afirmou o gerente de marketing Fernando Pinheiro.
Segundo ele, a Coca-Cola precisa, por força de contrato, consultar sempre a CBF quando for usar a sua imagem.
Isso dá à lista da promoção, lançada por ocasião da Copa América, uma áurea de oficialidade.
Nessa relação de jogadores, há surpresas e ausências. Da dupla de ataque da seleção brasileira, Romário e Ronaldinho, um está, e o outro não.
Algumas das surpresas são Sangaletti e Fábio Augusto (Corinthians), Capitão (Lusa), Zinho (Ponte Preta) e Galeano (Palmeiras), que nem sequer foram cogitados nas convocações do técnico Mario Lobo Zagallo.
Em contrapartida, não há surpresas entre os goleiros. Estão os favoritos Taffarel, Carlos Germano, Dida, Velloso e Zetti. O corintiano Ronaldo, como na "vida real", está fora.
Outros corintianos ilustres que não aparecem são André, Marcelinho e Donizete. "Para colocar todos os ídolos, teriam que ser 500 cards", justifica Pinheiro.
Ele disse não estar preocupado com a falta de alguns destaques, como Ronaldinho e Dunga. "Essa discussão que vai ser criada em torno dessa lista é um pouco o espírito desta promoção. Cada torcedor no Brasil é um técnico."
Até o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, Rinaldo Martorelli, concorda com o poder de apelo dessa série: "Se eu fosse jogador, é lógico que iria querer aparecer como um selecionável."
Mas nem todos pensaram assim. Marcelinho, do Corinthians, e Viola, do Palmeiras, não deram autorização (leia texto ao lado).
Renovação
Pinheiro diz que a Coca-Cola vai distribuir 36 milhões de pacotes, com dois cards cada.
Ainda há 800 mil "card goals", 32 mil bolas e 12 mil bolsas térmicas. As trocas podem ser feitas até 15 de janeiro.
O contrato com a CBF vai até o final de 1998. A Traffic, a agência que detém os direitos de comercialização da entidade, está negociando a renovação desse contrato por seis anos, com data retroativa a 1º de janeiro de 1997.
O novo contrato, com valores próximos a R$ 10 milhões por ano, deve ser assinado até o fim do semestre.

O repórter Marcelo Damato viajou ao Rio a convite da Coca-Cola

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