São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Dilatador nasal conquista jogadores do Paulista-97

MARCILIO KIMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Grande moda na Europa e nos EUA no ano passado, o dilatador nasal somente agora emplaca no futebol brasileiro.
Atualmente, mais de 30 atletas utilizam o adesivo com frequência no Campeonato Paulista.
Nos jogos do fim-de-semana passado, dois times estrearam a presilha: Mogi Mirim e Internacional de Limeira.
"Estava muito gripado, com o nariz obstruído. Gostei e agora vou continuar usando, mesmo sem gripe", disse o atacante Paulinho, da Inter.
As duas equipes em que o hábito é maior são o Rio Branco e o São Paulo, com seis usuários em cada.
"Tenho dificuldades de respirar pela narina direita", contou Aritana, do Rio Branco.
O meia são-paulino Luís Carlos comentou que busca na fita plástica um rendimento melhor em partidas mais importantes, como o clássico contra o Palmeiras, no sábado passado.
"Fico mais à vontade, porque respiro melhor", justificou.
Além de Luís Carlos, o zagueiro Rogério Pinheiro, o lateral Cláudio, o volante Belletti e o atacante Dodô também têm este costume em sua equipe.
A fita plástica, presa na superfície do nariz, dilata levemente as narinas, aumentando o fluxo de ar respirado em cerca de 6%.
O primeiro atleta a chamar a atenção com o dilatador foi o piloto canadense Jacques Villeneuve, em 95, então na Indy.
No ano seguinte, o utensílio foi a grande vedete entre os atletas da Eurocopa, na Inglaterra, e das Olimpíadas de Atlanta, nos EUA.
Modismo
A grande maioria dos jogadores ouvidos pela Folha admite que adquiriu o hábito de usar o dilatador em exemplos internacionais.
"Eu via os jogadores da NBA usarem muito. Eles correm muito, então achei que faria bem para mim, porque o futebol também é bastante corrido", afirmou Belleti, referindo-se à liga norte-americana de basquete profissional.
"Os outros do Rio Branco usam porque viram o pessoal jogar na Europa com ele", disse Aritana.
Entre os times paulistas, somente Palmeiras, Lusa e Santos não utilizam a presilha.
Os médicos dos respectivos clubes a recomendam somente em caso de congestão nasal ou de desvio de septo. Neste último caso, mucosas do nariz bloqueiam parte da narina.
Eles afirmam que o utensílio não proporciona ao jogador nenhuma melhora no rendimento físico (leia texto abaixo).

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